Presidente senegalês apela a compatriotas para calma e serenidade no país
Dakar, Senegal (PANA) - O Presidente senegalês, Macky Sall, apelou, segunda-feira aos seus compatriotas para a calma e serenidade, cessando qualquer rancor.
Macky Sall lançou este apelo, reagindo às "manifestações duma rara violência", que abalam o país desde quarta-feira última, devido à detenção do opositor e deputado Ousmane Sonko, acusado de atentado contra pudor.
Num discurso televisivo, Macky Sall, muito sério, pensou primeiro nas vítimas e pessoas físicas e morais afetadas pelas manifestaões, em alusão à dezena de mortos, pilhagens e saques em lojas, estações de serviços, edifícios públicos e privados, bem com em residências particulares.
Prometeu que o Estado assistirá às famílias enlutadas sem, no entanto, precisar como.
Realçou igualmente o profissionalismo das forças da ordem durante esta convulsão social.
Relativamente ao caso Ousmane Sonko, na origem desta situação insurrecional que prevaleceu nos últimos dias no Senegal, o Presidente Macky Sall pediu que se deixasse a justiça prosseguir o seu curso normal.
Mostrou-se, no entanto, sensível à fúria dos jovens que estiveram na vanguarda destas manifestações.
A seu ver, a situação traduz “um mau estar” e o impacto negativo da crise socioeconómica provocada pela pandemia do coronavírus.
"Eu compreendo as vossas inquietudes e preocupações”, disse o Presidente senegalês, ao se dirigir aos jovens.
Lembrou-lhes, ao mesmo tempo, os esforços já envidados pelo Estado para os jovens.
Macky Sall anunciou igualmente o alívio do recolher obrigatório em vigor nas províncias de Dakar e Thiès, a 70 quilómetros da primeira, da meia-noite às cinco horas da madrugada.
Pediu ao mesmo tempo para se continuar a respeitar as medidas de prevenção contra a pandemia do coronavirus.
No seu discurso, o Presidente Macky Sall estendeu a mão para o diálogo e consultas, rejeitando qualquer forma de violência.
"Nada justifica isso ", lamentou o chefe do Estado senegalês, acrescentando que “sejam quais forem as nossas ambições, nós somos uma mesma família."
A intervenção do chefe do Estado era muito esperada pelos Senegaleses que nunca tinham vivenciado antes violentas manifestações assim e uma tal ousadia diante dum regime no poder no seu país.
Tudo começou, lembra-se, das acusaões de “repetidas violações sexuais e ameaças de morte” movidas por uma jovem massagista contra o deputado Ousmane Sonko, líder do Partido Pastef/Os Patriotas.
A detenção deste último por "perturbação da ordem pública”, quando ia apresentar-se ao juiz de instrução, deu lugar a uma eclosão de atos de violência que a causou a morte a pelo menos 10 manifestantes.
Depois de interrogado segunda-feira última pelo juiz de instrução, ele foi condenado por "violações sexuais repetidas, pedofilia e ameaças de morte" .
Porém, Ousmane Sonko, disse ser alvo duma conspiração por parte de Macky Sall para eliminar "um adversário político".
-0- PANA JSG/FK/DD 8março2021