Presidente nigerino autoriza Mali e Níger a intervir no caso de agressão
Bamako, Mali (PANA) - O Presidente de Transição do Níger, General Abdourahmane Tchiani, assinou quinta-feira em Niamey ordens que autorizam as forças armadas do Mali e do Burkina Faso a intervir em território nigerino "em caso de agressão", noticia este sábado a Agência de Imprensa do Mali ( AMAP) no seu site.
Numa declaração conjunta, que sancionou a visita oficial de duas importantes delegações do Mali e do Burkina Faso lideradas, respectivamente, pelos seus chefes de diplomacia, os três países manifestam assim o reforço da sua cooperação militar multilateral.
Os diplomatas reiteraram a solidariedade e o apoio do seu país ao Níger, "face às sanções ilegais, ilegítimas e desumanas impostas" pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e pela União Económica e Monetária União da África Ocidental (UEMOA), " em violação" dos textos destas instituições.
Reiteraram também a sua rejeição a uma intervenção armada contra o povo do Níger, que será considerada uma declaração de guerra, acrescentou a declaração conjunta.
Seguindo instruções dos Chefes de Estado do Burkina Faso e do Mali, os Ministros responsáveis pelos Negócios Estrangeiros dos dois países, respectivamente, Sra. Ragghnewende Olivia Rouamba e Abdoulaye Diop, fizeram uma visita de trabalho a Niamey na quinta-feira, 24 de Agosto de 2023. A delegação conjunta incluiu também o Ministro da Economia e Finanças do Mali, Alousséni Sanou, e o Ministro Delegado do Burkina Faso junto ao Ministro dos Negócios Estrangeiros, refere o comunicado.
“Esta visita insere-se na tradição de intercâmbios e consultas, com vista a reforçar ainda mais os laços de amizade, solidariedade e cooperação ativa que unem os três países, desde os seus países à soberania internacional”, sublinha o comunicado.
Durante as discussões, os três ministros saudaram a qualidade das relações de fraternidade, amizade, cooperação e boa vizinhança que unem Burkina Faso, Mali e Níger. As três partes comprometeram-se a “coordenar as suas ações no sentido de uma maior apropriação das decisões relativas aos seus respetivos países, através de parcerias abertas que respeitem a igualdade e a soberania que são a base das relações entre os Estados”.
Na frente da segurança, os ministros discutiram ameaças terroristas e extremismo violento no Sahel, na África Ocidental e particularmente nos três países fronteiriços.
Sobre este assunto “reafirmaram o seu compromisso de reunir os seus recursos para combater estes flagelos que assolam há vários anos a sub-região e comprometem a implementação eficaz dos programas de desenvolvimento”
-0- PANA GT/JSG/MAR 26agosto2023