Presidente maliano mobiliza-se para formação de Governo de União Nacional
Bamako, Mali (PANA) - O Presidente maliano, Ibrahim Boubacar Keita, iniciou terça-feira largas consultas para a formação dum Governo de União Nacional.
Keita tomou esta iniciativa no termo duma reunião, terça-feira em Bamako, com as forças vivas da nação, com vista a desanuviar o clima prevalecente no seu país.
Anunciou ter tirado as lições de todas as peripécias que o país está a viver e que o seu projeto “nunca foi de excluir ninguém”, mas que o seu objetivo continua a ser o de "um Mali estável e emergente.”
O Presidente Keita multiplicou nos últimos dias encontros com personalidades religiosas, dignitários, a sociedade civil e o ex-chefe do Estado, Moussa Traoré, com vista a encontrar uma solução para queixas de alguns atores do mundo político e da sociedade civil que denunciam “ a má governação” do país e “a má gestão das crises prevalecentes" no Mali, nomeadamente a insegurança institucional, económica e da educação.
A 5 de junho corrente, a Mobilização das Forças Patrióticas (M5-RFP), composta pela Coordenação dos Movimentos, por Associações e Simpatizantes (CMAS) do influente imame Mahmoud Dicko, ex-presidente do Alto Conselho Islâmico do Mali (HCIM), pela Frente para a Salvaguarda da Democracia (FSD), que agrupa vários partidos políticos, sobretudo a oposição e a sociedade civil, e pela Esperança Mali-Koura (EMK), do ex-ministro da Cultura e cineasta Cheick Oumar Sissoko, organizou uma manifestação no Largo da Independência de Bamako, para denunciar “a má governação do país” e pedir sobretudo a demissão do Presidente da República.
Os representantes do M5-RFR recusaram-se, terça-feira, a reunir-se com o Presidente Keita no Palácio Presidencial, explicando que eles não querem um encontro antes de 19 de junho, data da segunda grande manifestação de mobilização, para reclamar sempre pela demissão deste último.
O Presidente maliano reconduziu, a 11 de junho último, o primeiro-ministro, Boubou Cissé, ao seu cargo, depois de este lhe ter apresentado a sua demissão e a do seu Governo, algumas semanas após as eleições legislativas.
Ele encarregou-o de formar uma nova equipa governamental de tamanho reduzido, em conformidade com as recomendações do Diálogo Nacional Inclusivo (DNI), realizado em dezembro último, em Bamako, para debater os problemas do país.
O último Governo tinha 38 membros, lembra-se.
-0- PANA GT/JSG/SOC/FK/DD 17junho2020