Agência Panafricana de Notícias

Presidente maliano demite chefes militares após ataques mortíferos

Bamako, Mali (PANA) – O Presidente maliano, Ibrahim Boubacar Keita, nomeou o general Abdoulaye Coulibaly novo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Malianas (FAM), em substituição  do general Bamba Moussa Keita, demitido no termo de uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros, organizado domingo, em Bamako.

O general Kéba Sangaré foi nomeado chefe do Estado-Maior das Forças Aramdas, susbtituindo o general Abdrahamane Baby, enquanto o general Daouda Dembélé substitui o general Souleymane Bamba à frente da Força Aérea.

Estas destituições e nomeações ocorreram depois do ataque terrorista de 17 de março corrente contra o campo militar de Dioura, no centro do Mali, onde 23 soldados malianos foram mortos.

Seguem-se igualmente a um outro ataque atribuído a assaltantes trajados a caçadores tradicionais donzos, sábado último, contra a aldeia de Ogossogou, a cerca de 18 quilómetros de Bandiagara, no centro do Mali, matando 135 pessoas, entre mulheres e crianças pertencentes à etnia peul.

Além disso, a reunião extraordinária do Conselho de Ministros  dissolveu a Associação Dan Ambassagou, uma milícia de autodefesa da etnia dogon, que alegadamente se afastou dos seus objetivos iniciais, apesar de advertências das autoridades administrativas locais.

À saída quinta-feira do contingente de 2018 do Serviço Nacional dos Jovens (SNJ), o Presidente Keita denunciou "o imobilismo dos chefes militares e a falta de atenção das forças de segurança”.

Há mais de um ano, conflitos intercomunitários opõem peuls criadores aos agricultores dogons, na região de Mopti, no centro do Mali, fazendo centenas de mortos nos dois lados.

Estas duas principais etnias da região centro do Mali viviam em perfeita harmonia, até à altura em que movimentos djihadistas mais ao norte do país, estenderam os seus ataques ao centro, visado sobretudo pela Katiba do Macina, dirigida pelo predicador peul Amadou Koufa.

Este último, dado como morto durante um ataque conjunto das FAM e forças francesas da operação Barkane, em novembro passado, reapareceu recentemente num vídeo, desmentindo a sua morte.

-0- PANA GT/JSG/MAR/IZ 25março2019