Agência Panafricana de Notícias

Presidente guineense acalma tensão no país

Conakry, Guiné (PANA) – O Presidente guineense, Alpha Condé, ordenou, domingo, a libertação de todas as pessoas detidas recentemente durante uma marcha autorizada da Aliança para a Democracia e Progresso (ADP) e do coletivo dos partidos para a finalização da transição, segundo um comunicado lido na Rádio Televisão Guineense (RTG).

O Presidente Condé enviou, sábado, o seu primeiro-ministro, Mohamed Said Fofana, à frente duma forte delegação ao domicílio de Cellou Dalein Diallo, líder da União das Forças Democráticas da Guiné (UFDG, principal partido da oposição) para lhe apresentar as suas condolências na sequência do falecimento por bala dum militante do seu partido.

O líder da UFDG aceitou as condolências, mas exortou o chefe do Estado a controlar os seus militantes, porque, frisou, 11 dos seus simpatizantes morreram desde a chegada, em 2010, de Condé ao poder.

Diversas pessoas filiadas aos dois blocos de partidos políticos acima referenciados foram capturadas quinta-feira última durante a marcha que partiu da comuna de Matoto, a cerca de 20 quilómetros do centro de Conakry, onde escaramuças eclodiram entre manifestantes e simpatizantes da esfera presidencial no mercado de Madina, na comuna de Matam.

A Gendarmaria, encarregada de supervisionar a marcha, disse que os organizadores da mesma não respeitaram o intinerário autorizado e, por isso, estes deverão ser responsabilizados pelas desordens, nomeadamente veículos particulares apedrejados, lojas e outros artigos danificados.

Ela indicou ter registado uma dezena de queixas contra desconhecidos.

Os simpatizantes e os militantes do movimento presidencial, que se instalaram no mercado de Madina, maioritariamente da etnia Malinkés, regressaram impetuosamente, sexta-feira última, para atacar veículos e outros artigos dos seus vizinhos da etnia Peul, do espaço comercial, que são predominantemente militantes da UFDG de Cellou Dalein Diallo.

As forças da ordem intervieram em Madina onde várias pessoas, incluindo gendarmes, ficaram feridos, levando as populações a abandonar o local em debandada.

Consequentemente, o Presidente Condé dirigiu-se à nação, sexta-feira última à noite, apelando à calma e à serenidade, antes de dizer que "estes incidentes são orquestrados".

Ele disse estar determinado a realizar as eleições legislativas que estão na base desta confusão e da discórdia entre o poder e alguns partidos da oposição, há vários meses, porque elastardam a realizar-se.

-0- PANA AC/JSG/IBA/CJB/DD 24set2012