Presidente eleito pede combate ao "câncro" da corrupção na Tunísia
Túnis, Tunísia (PANA) – O Presidente tunisino eleito, Kais Saied apelou segunda-feira para o combate contra a corrupção que ele qualificou de “cancro que afeta a sociedade”.
Numa declaração feita à imprensa depois de ter declarado os seus bens junto da Instância Nacional de Luta contra a Corrupção (INLUCC), o novo chefe de Estado comprometeu-se “a combater as causas que conduziram à extensão deste flagelo”.
Eleito a 13 de setembro numa esmagadora maioria de mais de 72 por cento dos votos face ao magnata da imprensa Nabil Kaoui que estava detido por alegadas malversações, Kais Saied deve prestar juramento quarta-feira diante do Parlamento, antes de iniciar oficialmente o seu mandato quinquenal.
"Graças à forte vontade dos seus filhos, homens e mulheres, vamos construir uma Tunísia baseada no Estado de Direito e nas conquistas essenciais que são a liberdade e a justiça”, prometeu.
Segundo ele, a Tunísia vive hoje "uma verdadeira revolução cultural”, numa alusão nomeadamente à campanha de limpeza do ambiente levada a cabo, nos últimos dias, pelos jovens e pela sociedade civil, em todas as cidades do país.
Vídeos inundaram as redes sociais, mostrando jovens e adultos dos dois sexos com vassouras e outros equipamentos fornecidos pelos municípios a limpar as ruas e estradas, decorá-las por plantas e flores e embelezar os muros e rotundas.
Advertiu contra os que querem recuperar este impulso popular infiltrando-se, em alusão a algumas correntes extremistas.
Reagindo à agressão de que foram vítimas alguns jornalistas durante um comício, em Túnis, que celebrou a sua vitória, Kais Saied apelou aos seus apoiantes para “não atacar ninguém, nenhum jornalista, quaisquer que sejam as suas pertenças”. “São livres de exprimir as suas opiniões”, frisou.
Reiterando que era independente de qualquer partido político, apelou os deputados vereadores durante as recentes legislativas a “formar um Governo não baseado na partilha de cargos, como tem sido nos anos anteriores".
"Devem ultrapassar os diferendos estreitos, porque o poder é uma pesada responsabilidade e o que o considera de outro modo coloca-se fora da história”, afirmou.
-0- PANA BB/BEH/MAR/IZ 22out2019