Agência Panafricana de Notícias

Presidente egípcio ameaça intervenção militar na Líbia

Trípoli, Líbia (PANA)  - O Presidente egípcio, Abdel Fattah Al-Sissi, anunciou a disponibilidade do seu país de intervir militarmente na Líbia, exortando o Exército nacional a estar pronto para operar  em palcos de violência, no estrangeiro.

As declarações de Al-Sissi surgem após a rejeição da sua iniciativa de resolução da crise proposta ultimamente.

Numa mensagem a tropas durante uma visita a unidades do Exército egípcio, Al-Sissi, cujo país é fronteiriço com a Líbia, declarou que o seu país não permitirá que o conflito na Líbia ultrapasse a linha de Sirtes (centro da Líbia), notando que “Sirtes e Al-Jafra em termos de segurança nacional do Egito são uma linha vermelha que não permitiremos atravessar”.

Após a derrota das forças de Haftar, no oeste da Líbia, onde perderam a guerra de Tripoli no termo de 15 meses de combates, as forças fiéis ao Governo de União Nacional, reconhecido pela comunidade internacional, estão às portas de Sirtes, ocupada pelos apoiantes de Haftar e têm como alvo a base aérea de Al-Jafra.

"O Egito está pronto para dar apoio e assistência ao povo líbio", afirmou o lider egípcio, acrescentando que "os países não se estabilizam com a presença de milícias armadas".

"Aqueles que acreditam ou pensam que o sonho enfraqueceu, e aqueles que acreditam ou pensam que  a paciência é hesitante ou enfraqueceu devem ser saber que as forças egípcias avançarão  e com elas os dignitários das tribos líbias e regressarão no fim da missão”, realçou.

Esta ameaça de Al-Sissi foi clarificada por um porta-voz da Presidência do Egito que declarou, citado pela imprensa local,  que qualquer intervenção do Egito na Líbia “tornou-se acessível graças à legitimidade internacional, quer seja no quadro da Carta das Nações Unidas (direito à legítima defesa), ou com base na única autoridade legítima eleita pelo povo líbio (Parlamento)”.

Esta nova escalada do Presidente egípcio com a agitação de uma intervenção militar diretamente na Líbia pode incendiar a região numa altura em que os esforços estão a ser envidados para se encontrar uma solução de crise através da retomada do processo político.

A Argélia recebeu, sábado, o presidente do Conselho Presidencial líbio, Fayez Al-Sarraj, depois de se reunir com o presidente do Parlamento líbio, Aguila Salah, que representa o campo de Haftar, no quadro da iniciativa de mediação liderada pelo presidente argelino, Abdelmajid Tabboune.

Além disso, a Turquia e a Rússia, os principais atores na Líbia, estão em  negociações a  fim de chegar a um  entendimento para uma solução pacífica com um cessar-fogo em prelúdio à retomada das negociações.

Recentemente, o Presidente egípcio propôs a reestruturação do Conselho Presidencial e a proclamação de um cessar-fogo, bem como a retomada das negociações militares no quadro da Comissão Militar Conjunta 5+5 sob os auspícios das Nações Unidas.

Mas este plano foi rejeitado pelo Governo de União Nacional na Líbia e pela Turquia, lembre-se.

-0- PANA BY/IS/FK/IZ 21junho2020