Agência Panafricana de Notícias

Presidente da UA defende fim de fluxos financeiros ilícitos em África

Nouakchott, Mauritânia (PANA) - O chefe de Estado mauritano e Presidente em exercício da União Africana (UA), Mohamed Ould Abdel Aziz, lançou um apelo aos seus homólogos para uma ação concertada com vista a pôr termo ao Fluxos Financeiros Ilícitos (FFI) e à pesca ilegal em África.

O apelo de Mohamed Ould Abdel Aziz consta de uma declaração publicada esta quarta-feira no termo dos trabalhos duma conferência de alto nível sobre "Transparência e Desenvolvimento Sustentável em África" realizada em Nouakchott.

Este encontro que agrupou 200 participantes (decisores, peritos e membros da sociedade civil) foi organizado pela UA com o apoio do Banco Mundial (BM) a duas semanas da próxima Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da organização pan-africana prevista em Addis Abeba (Etiópia).

Aproveitando a reunião de Nouakchott, o Presidente da UA defendeu "uma melhor gestão dos recursos naturais de África e o fim dos Fluxos Financeiros Ilícitos com vista a transformar a vida de milhões de Africanos através da criação de empregos, dum crescimento económico equitativo e da alocação de receitas para a saúde, a educação, a energia e as infraestruturas".

Mohamed Ould Abdel Aziz lembrou que "África dispõe de riquezas naturais consideráveis - petróleo, gás, minerais - sem esquecer a pesca, as florestas, a biodiversidade, mas os Africanos não beneficiam de um tratamento equitativo destes recursos e a transparência é um elemento essencial na perspetiva dum desenvolvimento sustentável".

Através da falta de transparência na gestão das indústrias extrativas, África perde anualmente 5,5 porcento do seu Produto Interno Bruto (PIB) sob a forma de FFI.

África perde anualmente 50 biliões de dólares americanos devido aos FFI, segundo as conclusões do painel de alto nível dirigido pelo ex-Presidente sul-africano, Thabo Mbeki.

A principal fonte desta hemorragia é representada pelas indústrias extrativas.

No que diz respeito à pesca ilícita, ela faz perder anualmente aos países da África Ocidental mais de 170 biliões de francos CFA (cerca de 301 milhões e 614 mil dólares americanos), segundo a Comissão Sub-regional das Pescas, que integra o Senegal, a Mauritânia, a Gâmbia, a Guiné-Bissau, a Guiné Conakry, Cabo Verde e a Serra Leoa.

-0- PANA SAS/IS/FK/TON 21jan2015