Agência Panafricana de Notícias

Presidente da Guiné-Bissau pede regresso de militares e políticos foragidos

Bissau- Guiné-Bissau (PANA) -- O Presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá, lançou um apelo às Forças Armadas e ao Governo para "fazerem voltar" todos os militares e os políticos desavindos que andam fugidos dentro ou fora do país, com vista à sua reintegração, soube a PANA no fim-de-semana de fonte oficial.
Segundo o porta-voz da Presidência da República em Bissau, Agnelo Regala, o Presidente Bacai Sanhá pediu que a chefia militar "convide os militares que estão fora e aqueles que estão em Bissau mas fora das estruturas militares na sequência dos diferentes levantamentos e incidentes" ocorridos no país.
No entender de Bacai Sanhá, os que se encontram no estrangeiro na sequência de tais acontecimentos devem também regressar ao país e "ingressar nas respectivas instituições militares".
Na mesma perspectiva, o chefe de Estado bissau-guineense lançou também um apelo ao Governo para que o mesmo aconteça com "os políticos que se encontram fora", referiu o porta-voz notando que "quem tiver de responder à Justiça por eventuais crimes que tenha cometido, o problema já será seu".
Mas naquilo que é necessário, disse, o Presidente da República quer "que haja diálogo, que haja entendimento porque essa é a única via para a estabilidade do país, para o desenvolvimento".
Estes apelos do Presidente da República foram lançados no termo de uma reunião que manteve na semana passada com o Governo e com a chefia militar com o objectivo de analisar "as causas profundas" dos acontecimentos que têm marcado a vida sociopolítica e militar do país nos últimos anos.
"A reunião foi convocada pelo Presidente da República para uma análise das causas profundas, não só dos acontecimentos de 1 de Abril, mas também de outros anteriores", afirmou Agnelo Regala aos jornalistas à saida do encontro.
De acordo com Regala, a principal inquietação deriva da necessidade de estabilizar definitivamente o sector militar para garantir "uma estabilização do próprio país para que se possa orientar rumo ao desenvolvimento".
"Portanto, não foi uma reunião que prometesse trazer conclusões.
Permitiu sim uma troca de pontos de vista, diagnosticar a situação dos militares, sobretudo nas unidades militares, entender, ouvir um pouco daquilo que são as suas queixas e as suas necessidades", acrescentou notando que a ideia chave que ficou assente no encontro foi "a necessidade de dialogar".