Presidente cabo-verdiano saúda atribuição de Premio Nobel da Paz a dois jornalistas
Praia, Cabo Verde (PANA) - O Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, disse, sexta-feira, ser uma “feliz notícia” para todos os democratas a atribuição do Prémio Nobel da Paz deste ano aos jornalistas Maria Ressa, das Filipinas, e Dmitry Muratov, da Rússia, apurou a PANA de fonte oficial.
Numa nota enviada à imprensa, intitulada “O Nobel da Paz e da Literatura, a sua importância nos tempos que correm”, o chefe do Estado cabo-verdiano apontou a liberdade de expressão nas sociedades e a imprensa livre como os “valores mais importantes e fundamentais” para a saúde de uma democracia.
Jorge Carlos Fonseca sustentou ainda que, se na Antiga Grécia, que inventou esta forma de vida em sociedade, a imprensa era inexistente dado o próprio grau de desenvolvimento de então, nos tempos mais modernos, “esta liberdade de expressão tornou-se vital para a própria sobrevivência das democracias."
A liberdade de imprensa, segundo ele, passou a ser vista como “um dos pilares fundamentais” para o modo de vida das populações, onde o contraditório e a possibilidade de poderem expressar as suas opiniões, livremente, são “um valor intrínseco à condição de cidadãos e inalienável, inegociável."
“A distinção que o Comité levou a cabo, ao atribuir o Prémio Nobel da Paz deste ano de 2021 a dois jornalistas ativistas e combatentes pela liberdade, é uma feliz notícia para todos os democratas”, regozijou-se.
É igualmente, no entender do estadista cabo-verdiano, um sinal de que todos devem estar “otimistas”, mas também “atentos às ameaças a estes valores duramente conquistados pela humanidade”, e “um estímulo para os amantes da liberdade e os defensores da paz.”
Na óptica de Jorge Carlos Fonseca, esta atribuição serve de “contraponto” a uma corrente que tende a desvalorizar, um pouco por todo o mundo, a essência daquilo que são elementos basilares das sociedades e garante de um futuro de paz e solidariedade.
O Prémio Nobel da Paz foi atribuído a Maria Ressa e Dmitry Muratov pelos seus esforços para salvaguardar a "liberdade de expressão, condição essencial para a democracia e uma paz duradoura."
Segundo a academia sueca, Maria Ressa usa a liberdade de expressão para expor o abuso de poder, o uso da violência e o crescente autoritarismo no seu país natal, as Filipinas, onde dirige o Rappler, um órgão de comunicação social digital que se dedica ao jornalismo de investigação e que cofundou em 2012.
Já Dmitry Muratov é galardoado por ter defendido, durante décadas, a liberdade de expressão na Rússia, em condições cada vez mais difíceis.
Destaca-se ainda o facto de, em 1993, ter sido um dos fundadores do jornal independente Novaja Gazeta, uma importante fonte de informação sobre aspetos censuráveis da sociedade russa, raramente mencionados por outros meios de comunicação.
"Sem liberdade de expressão e liberdade de imprensa, será difícil promover com sucesso a fraternidade entre nações, o desarmamento e uma ordem mundial melhor para ter sucesso no nosso tempo", frIsou.
Reiss-Andersen disse que a atribuição deste ano do Prémio Nobel da Paz aos dois jornalistas "está, por isso, firmemente ancorada nas disposições da vontade de Alfred Nobel, promotor do galardão.
-0- PANA CS/DD 09out2021