PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Presidente cabo-verdiano pede mais apoios a África face à crise mundial
Praia, Cabo Verde (PANA) – O Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, apelou, perante a 67ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova Iorque, a um maior apoio à populações e aos Governos africanos, face "à excecional situação de crise económica e financeira mundial" que continua a penalizá-los "de forma dramática", soube a PANA de fonte oficial.
No seu primeiro discurso neste fórum mundial, quinta-feira, desde a sua eleição em 2011 como Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca sublinhou que a apoio ao desenvolvimento de África, um continente "já bastante martirizado" pela fome, pela SIDA e por outras doenças endémicas, êxodo de deslocados e degradação ambiental, encontra ainda maior justificação neste momento de crise.
Uma crise, que, segundo ele, envolve também a segurança, "não apenas em razão dos conflitos regionais, mas, igualmente, por causa da dimensão universal que tem assumido o terrorismo" e que tem afetado boa parte do continente com reflexos nos "tráficos de drogas e de seres humanos, na pirataria marítima, na intolerância religiosa".
O chefe de Estado cabo-verdiano reconheceu que esses fenómenos encontram terreno fértil na instabilidade política, social e/ou militar, apontando os casos recentes do Mali, da Guiné-Bissau e outros como do Sudão, da Somália, da República Democrática do Congo e de alguns países do Magrebe, os quais requerem “a pronta intervenção da comunidade internacional na luta pela erradicação de tais males”.
Ele defendeu que África, apesar do esforço da nova vaga de dirigentes africanos para o progresso do continente, precisa "de uma nova linha de pensamento" baseada nos valores da democracia, na autoconfiança e no reforço dos laços de cooperação entre a ONU e a União Africana "para uma verdadeira parceria para o desenvolvimento".
Jorge Carlos Fonseca apontou o caso de Cabo Verde, que em 37 anos de independência e de estabilidade política e social, tem-se desenvolvido, apesar de ainda haver muito a fazer.
"Embora seja um país sem recursos, o arquipélago conseguiu elevar de 190 dólares americanos (em 1975 aquando da independência) para 3.295 dólares americanos (em 2011) o PIB per capita", apontou.
O Presidente cabo-verdiano diz-se convicto de que a ONU pode continuar a ser "um instrumento eficiente e vital para a comunidade internacional nesta nova etapa de relacionamento multilateral", mas ele entende que as Nações Unidas "terão de se abrir, de se inovar, de ouvir outras vozes e aceitar as novas realidades políticas, económicas, sociais e económicas, geradas e impostas pelo processo de globalização em que o mundo se envolveu".
Neste sentido, ele defendeu a reforma do Conselho de Segurança da ONU, que deverá contar com um Estado de África como membro permanente.
"Cabo Verde apoia a posição assumida pela União Africana, que recomenda a reforma do Conselho de Segurança, por forma a corrigir uma situação considerada injusta em relação ao continente africano, ainda sem direito sequer a um lugar permanente no conselho, apesar de preencher todos os requisitos para o efeito", precisou o Presidente cabo-verdiano.
-0- PANA CS/TON 28set2012
No seu primeiro discurso neste fórum mundial, quinta-feira, desde a sua eleição em 2011 como Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca sublinhou que a apoio ao desenvolvimento de África, um continente "já bastante martirizado" pela fome, pela SIDA e por outras doenças endémicas, êxodo de deslocados e degradação ambiental, encontra ainda maior justificação neste momento de crise.
Uma crise, que, segundo ele, envolve também a segurança, "não apenas em razão dos conflitos regionais, mas, igualmente, por causa da dimensão universal que tem assumido o terrorismo" e que tem afetado boa parte do continente com reflexos nos "tráficos de drogas e de seres humanos, na pirataria marítima, na intolerância religiosa".
O chefe de Estado cabo-verdiano reconheceu que esses fenómenos encontram terreno fértil na instabilidade política, social e/ou militar, apontando os casos recentes do Mali, da Guiné-Bissau e outros como do Sudão, da Somália, da República Democrática do Congo e de alguns países do Magrebe, os quais requerem “a pronta intervenção da comunidade internacional na luta pela erradicação de tais males”.
Ele defendeu que África, apesar do esforço da nova vaga de dirigentes africanos para o progresso do continente, precisa "de uma nova linha de pensamento" baseada nos valores da democracia, na autoconfiança e no reforço dos laços de cooperação entre a ONU e a União Africana "para uma verdadeira parceria para o desenvolvimento".
Jorge Carlos Fonseca apontou o caso de Cabo Verde, que em 37 anos de independência e de estabilidade política e social, tem-se desenvolvido, apesar de ainda haver muito a fazer.
"Embora seja um país sem recursos, o arquipélago conseguiu elevar de 190 dólares americanos (em 1975 aquando da independência) para 3.295 dólares americanos (em 2011) o PIB per capita", apontou.
O Presidente cabo-verdiano diz-se convicto de que a ONU pode continuar a ser "um instrumento eficiente e vital para a comunidade internacional nesta nova etapa de relacionamento multilateral", mas ele entende que as Nações Unidas "terão de se abrir, de se inovar, de ouvir outras vozes e aceitar as novas realidades políticas, económicas, sociais e económicas, geradas e impostas pelo processo de globalização em que o mundo se envolveu".
Neste sentido, ele defendeu a reforma do Conselho de Segurança da ONU, que deverá contar com um Estado de África como membro permanente.
"Cabo Verde apoia a posição assumida pela União Africana, que recomenda a reforma do Conselho de Segurança, por forma a corrigir uma situação considerada injusta em relação ao continente africano, ainda sem direito sequer a um lugar permanente no conselho, apesar de preencher todos os requisitos para o efeito", precisou o Presidente cabo-verdiano.
-0- PANA CS/TON 28set2012