Presidente cabo-verdiano pede cortes nas despesas para ajudar famílias
Praia, Cabo Verde (PANA) - O Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, defendeu, quarta-feira, na cidade da Praia, a necessidade de o país fazer poupanças e cortes nas despesas supérfluas de modo a canalizar mais recursos para os programas sociais destinados a ajudar as famílias em situação de dificuldades, no arquipélago.
O chefe de Estado cabo-verdiano, que falava aos jornalistas na sequência de uma visita às instituições das Forças Armadas, admitiu a existência de "alguma situação de subnutrição" no país, quando foi instado sobre denuncias que apontam para a existência da fome no arquipélago.
“Eu acho que não há fome generalizada aqui no país. Em Cabo Verde há subnutrição”, disse José Maria Neves, para quem a pandemia da covid-19 “levou ao aumento da pobreza, ao aprofundamento das desigualdades e há situações difíceis de famílias que não conseguem levar a panela ao lume três vezes ao dia”, disse.
Neste sentido, o Presidente cabo-verdiano alertou para a necessidade de todos os Cabo-verdianos estarem conscientes dessas dificuldades e pouparem lá onde é necessário, reduzir as despesas supérfluas e canalizar esses recursos para programas sociais que possam neste período de transição apoiar as famílias, as comunidades onde há mais dificuldades.
Na passada segunda-feira, o primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva descartou a existência de fome em Cabo Verde, tal como aconteceu na década de 40 do século passado, altura em que milhares de Cabo-verdianos morreram vitimados pela fome, mas reconheceu a ocorrência de situações de dificuldades e problemas de insegurança alimentar no país.
Questionado pelos jornalistas se a pobreza extrema tem levado à fome em Cabo Verde., o chefe do Governo do arquipélago assegurou que o país não mais viveu situações que se possa dizer de fome.
“Há situações de dificuldades sim, há problemas de insegurança alimentar localizados, mas não se pode tentar extrapolar algumas situações para dizer que este país tem fome", afirmou Correia e Silva.
De acordo com dados do Governo, Cabo Verde tem 115 mil pessoas na pobreza extrema, tendo o primeiro-ministro assumido o objetivo de erradicar este flagelo, nos próximos cinco anos
-0- PANA CS/IZ 10fev2022