Presidente cabo-verdiano participa em cimeiras extraordinárias da UA na Guiné-Equatorial
Praia, Cabo Verde (PANA) – O Presidente da República de Cabo Verde, José Maria Neves, deslocou-se, quinta-feira, a Malabo, na Guiné-Equatorial, para participar em duas cimeiras extraordinárias da União Africana (UA) a ter lugar nesta sexta-feira e sábado, apurou a PANA de fonte oficial.
De acordo com uma nota da Presidência da República cabo-verdiana, nesta sexta-feira, José Maria Neves participa na Conferência de Doadores da UA, que tem por objetivo discutir os desafios relacionados com a assistência humanitária em África, defender o financiamento sustentável das necessidades humanitárias e mobilizar recursos para a resposta humanitária no continente.
Em cima da mesa está a proposta de criação de uma Agência Humanitária própria do continente.
Em declarações à imprensa, antes de partir para Malabo, o estadista cabo-verdiano disse que a situação humanitária em África é “muito grave”, devido a um conjunto de fatores, entre os quais a pandemia da covid-19, a seca, a guerra na Europa, violências e migrações dos deslocados em risco de fome.
A seu ver, além de fazer face à degradação da situação humanitária, é preciso que a África tenha condições ou instituições que dêem a máxima atenção possível ao fenómeno.
Neste sentido, considera a proposta da criação de Agência Humanitária própria uma “excelente medida”.
“Penso ser uma excelente medida para não só mobilizar capacidades humanas, recursos financeiros, mas também criar as condições institucionais e políticas para que África possa gerir a situação nos próximos tempos, tendo em atenção que não sabemos quando é que a guerra na Ucrânia termina e quando é que as situações de conflitos no continente e as migrações poderão ficar resolvidos”, disse José Maria Neves em declarações à Rádio de Cabo Verde (RCV).
Já no sábado, José Maria Neves participará na 16.ª Sessão Extraordinária da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da UA, que se vai debruçar exclusivamente sobre o terrorismo e as mudanças inconstitucionais de governos em África.
Realçou a importância do tema já que, na sua perspetiva, aborda dois fenómenos que afligem o continente e que precisam ser combatidos para que haja estabilidade, paz e desenvolvimento em África.
“A África, se quer estabilidade, paz e desenvolvimento, terá que, necessariamente, abordar esta questão e tomar medidas para combater definitivamente a questão do terrorismo e também as situações de mudanças inconstitucionais de governos. Temos de criar uma cultura de respeito pela Constituição, de respeito pelos mandatos e pelos resultados eleitorais”, defendeu.
À margem das cimeiras, o Presidente da República de Cqbo Verde deverá realizar contactos bilaterais com homólogos africanos, presentes nos eventos, lê-se na nota.
-0- PANA CS/DD 27maio2022