Presidente cabo-verdiano participa na Cimeira da CEDEAO sobre Burkina Faso
Praia, Cabo Verde (PANA) – O Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, participa nesta sexta-feira, por videoconferência, na Cimeira Extraordinaria da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) sobre a crise política no Burkina Faso, cujo Presidente acaba de ser derubado por um golpe de Estado, apurou a PANA de fonte oficial na capital cabo-verdiana.
Através de uma nota de imprensa, a Presidência da República cabo-verdiana informa que a cimeira decorre em formato virtual, via Zoom, a partir das nove horas de Cabo Verde.
Esta reunião realiza-se após a renúncia do Presidente burkinabe, Roch Marc Christian Kaboré, obtida segunda-feira última, sob ameaça, intimidação e pressão dos militares, após dois dias de motim.
Numa carta divulgada pela Rádio Televisão do Burkjna Faso (RTB), Kaboré, de 64 anos de idade, que cumpria um segundo mandato à frente do país, disse demitir-se, diante do novo homem forte do país, o tenente-coronel Paul Henri Sandaogo Damiba.
A carta de Kaboré, que governou aquele país da África Ocidental desde 2015, foi divulgada após os militares terem confirmado, segunda-feira última à noite, na RTB, através da leitura de dois comunicados, a tomada do poder e a dissolução do Governo e do Parlamento, bem como a suspensão da Constituição.
Em nome do Movimento Patriótico para a Salvaguarda e Restauração (MPSR), junta militar no poder, um seu porta-voz disse que a decisão de derrubar Kaboré foi tomada “com o único objetivo de permitir ao país regressar ao caminho certo e reunir todas as forças para lutar pela sua integridade territorial (…) e soberania.”
“Face à contínua deterioração da situação de segurança, que ameaça os alicerces da nossa nação, à manifesta incapacidade de Roch Marc Christian Kaboré para unir o Burkina Faso para lidar eficazmente com a situação, e segundo as aspirações dos diferentes estratos sociais da nação, o MPSR decidiu assumir as suas responsabilidades perante a história”, acrescentou.
Os golpistas também anunciaram o encerramento das fronteiras aéreas e terrestres e o estabelecimento de um recolher obrigatório das 21 às 05 horas de manhã em todo o país “até nova ordem.”
No entanto, a CEDEAO condenou “veementemente” o golpe militar que “marca um revés maior na democracia no Burkina Faso.”
-0- PANA CS/DD 28jan2022