Presidente cabo-verdiano diz que cabe aos bissau-guineenses encontrarem solução para impasse político
Praia, Cabo Verde (PANA) – O Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, disse, este fim de semana, na cidade da Praia, que cabe aos Bissau-guineenses trabalharem para encontrar a solução para a resolução do impasse político que o país vive atualmente.
Em conferência de imprensa, Jorge Carlos Fonseca afirmou que sempre achou que, para além do papel que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), as Nações Unidas (ONU) e a União Africana (UA) possam e devam desempenhar para uma solução política na Guiné-Bissau, “também os Guineenses devem trabalhar para que se encontre uma solução”.
“Há uma responsabilidade dos Guineenses, das suas instituições e dos seus responsáveis políticos. Há coisas que não devem ser delegadas para as organizações. A solução é meio plástica, todos os dias temos dados, ouvimos coisas novas, vamos acompanhando, vamos ouvindo, trocando impressões e ver no momento certo o que podemos dizer, como podemos reagir da forma mais certeira possível no xadrez que não é nada possível”, afirmou.
Para Jorge Carlos Fonseca, que é atualmente o preside em exercício da CPLP, a situação da Guiné-Bissau é “muito complexa”, de tal forma que tem implicado posições diferenciadas dos atores políticos locais, mas também dos observadores e das organizações internacionais.
“Eu, pessoalmente, como Presidente de Cabo Verde e da CPLP, tenho procurado não me desdobrar em muitas declarações para não complicar (…) Até porque, digamos, com um clima de tensão política e social, na Guiné-Bissau, há uma situação de desavença entre atores políticos, às vezes uma declaração, mesmo que bem-intencionada, pode suscitar interpretações, especulações, que às vezes não correspondem à realidade dos factos”, frisou.
Segundo ele, a CEDEAO, neste momento, estará em processo de contacto e consultas para se encontrar a melhor solução.
“Em tese, o que nós gostaríamos de ver na Guiné-Bissau, o que não é fácil neste momento, é que a solução que fosse encontrada se traduzisse neste facto: apurar-se de facto quem foi eleito Presidente e essa pessoa exercer essas funções por um processo legitimado, de acordo com a Constituição”, precisou.
Jorge Carlos Fonseca manifestou também o desejo de ver as instituições da Guiné-Bissau a acertar o passo e, se possível, chegar a uma solução consensual.
-0- PANA CS/IZ 16março2020