Presidente cabo-verdiano defende que África tem capacidade para criar a sua própria vacina
Praia, Cabo Verde (PANA) - O Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, defendeu, quinta-feira, na cidade da Praia, que África tem condições, talento e capacidade para criar a sua própria vacina contra a covid-19, para fazer face ao défice que regista nesta matéria, devido à falta solidariedade internacional, apurou a PANA de fonte segura.
O chefe do Estado cabo-verdiano, que falava a jornalistas à margem da da abertura dum seminário internacional sobre "O Legado Teórico de Amílcar Cabral", apontou a necessidade de o continente sair do modo das lamentações e criar condições para ter ideias claras e objetivas sobre o futuro, dando como exemplo vacinas e medicamentos produzidos localmente.
O objetivo é que "as pessoas vivam muito melhor do que antes da luta pela independência e não havia a degradação das condições de vida das pessoas", afirmou o Presidente, alertando para o perigo de dentro de alguns anos o continente continuar a lamentar a falta da solidariedade dos países desenvolvidos.
"África tem de pensar já que a pandemia não vai ser uma questão de meses, vamos ainda conviver com este vírus por alguns anos. África tem de pensar em ter a sua própria vacina e fabricar os seus próprios medicamentos antivirais", realçou.
Salientou que África tem centros de pesquisas, pesquisadores no continente e na diáspora, tem recursos para produzir as suas próprias vacinas e combater esta e outras pandemias.
Falando sobre o seminário dedicado ao legado do histórico do líder da independência de Cabo Verde e da Guiné-Bissau, Amilcar Cabral, José Maria Neves disse que este último "tem sido sempre a minha fonte de inspiração".
A seu ver, África poderia estar muito mais desenvolvida e próspera se os ideais de Cabral tivessem sido aplicados.
Este seminário enquadra-se no programa alargado de celebração do centenário de nascimento do patrono da fundação, que se celebra em setembro de 2024, e no processo de candidatura do legado documental escrito de Cabral à Memória-Mundo da Organização das Nações para Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), estabelecido em 1992 com o objetivo de contribuir para a preservação do património documental mundial.
A Fundação Amílcar Cabral, que tem como missão a preservação da obra e memória do seu patrono, promoveu a edição de várias obras do líder histórico, entre as quais "Unidade e Luta", "Cabo Verde: Reflexões e Mensagens" ou "A Emergência da Poesia em Amílcar Cabral".
Em 2015, a mesma Fundação criou o espaço museológico Sala-Museu Amílcar Cabral, onde pretende dar a conhecer às gerações mais novas e aos turistas que visitam a cidade da Praia a história da luta de libertação liderada por Cabral.
-0- PANA CS/DD 10dez2021