Agência Panafricana de Notícias

Presidente cabo-verdiano considera alcoolismo uma grave ameaça para juventude

Praia, Cabo Verde (PANA) - O Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, apelou esta terça-feira, aos cabo-verdianos para fazerem um “grande esforço” nacional para fazer face à problemática do álcool que “ameaça corroer os alicerces da sociedade”, especialmente a juventude,.

Numa mensagem dirigida aos jovens, por ocasião do Dia Internacional da Juventude, Jorge Carlos Fonseca destaca o simbolismo do lema “Saúde Mental Importa”, proposto pelas Nações Unidas para assinalar a efeméride.

Na sua opinião, o mesmo “chama a atenção para um tema extremamente importante no desenvolvimento desejável desta faixa etária, porém, muitas vezes negligenciado - a saúde mental”.

“Tal lema serve, hoje, de pretexto para uma chamada de atenção relativamente a uma questão que deve estar no centro das nossas preocupações e que tem o potencial de afetar gravemente a saúde mental dos nossos jovens: refiro-me ao uso abusivo de drogas, em especial o álcool”, precisou.

Neste sentido, o chefe de Estado cabo-verdiano advoga “respostas urgentes” a esta problemática pelo sofrimento que vem causando “num número apreciável de famílias”.

Jorge Carlos Fonseca lamenta, entretanto, que determinadas condutas “inadequadas” tendem a generalizar-se, como sejam os comportamentos violentos, especialmente no seio da juventude, tendo como causa o uso de substâncias psicoativas.

No entanto, Jorge Carlos Fonseca adverte que não se deve descurar que é da juventude a “grande responsabilidade” na escolha dos próprios caminhos a seguir.

Para ele, não é pelo facto de o álcool ter forte presença na cultura cabo-verdiana que se deve ignorar o risco que ele representa.

Em Cabo Verde, os inquéritos sobre o uso de substância psicoativa aponta que o álcool é a droga lícita mais consumida na camada juvenil, ou 11,5 porcento da população, que inicia o consumo antes dos 15 anos.

O mais recente documento divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), intitulado “Relatório global sobre o álcool e a saúde 2014”, veio confirmar a gravidade deste fenómeno em Cabo Verde e o seu impacto em termos de saúde pública e da própria segurança dos cidadãos.

O alcoolismo é também uma das sete primeiras causas da morte no país e, no sentido de combater o flagelo, as autoridades têm vindo a levar a cabo uma série de atividades para sensibilizar a população aos malefícios do álcool.

O Governo cabo-verdiano decidiu lançar uma campanha nacional contra o consumo excessivo do álcool, fenómeno também associado à delinquência juvenil que está na origem dos vários delitos ocorridos no arquipélago cabo-verdiano.

-0- PANA CS/IZ 12ago2014