PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Presidente cabo-verdiano alerta para moderna vaga da escravatura
Praia, Cabo Verde (PANA) - O Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, chamou a atenção, terça-feira, a para a necessidade de se estar vigilante à “moderna vaga de escravatura" no Mundo, uma vez que os contornos deste fenómeno não são tão lineares como “nos tempos que já lá vão”, apurou a PANA na cidade da Praia de fonte oficial..
As reflexões do chefe de Estado cabo-verdiano sobre a escravatura, um fenómeno antigo mas que, segundo ele, não está "de modo nenhum ultrapassado" estão contidas numa mensagem alusiva ao Dia Internacional em Memória das Vítimas da Escravatura e do Comércio Transatlântico de Escravos, celebrado na segunda-feira.
“É preciso estar atento porque as relações de força de então continuam a ser reproduzidas partindo de outros pressupostos", alertou o chefe de Estado cabo-verdiano, sublinhando a necessidade de o mundo "ser solidário com aqueles que se vêem privados dos seus direitos e sujeitos a regimes infames de servidão, para que ninguém seja forçado a dar mais do que a sua força de trabalho".
Jorge Carlos Fonseca aponta, a propósito, os dados das Nações Unidas que dão conta de que cerca de 2,5 milhões de pessoas, residentes em países pobres ou ricos, são anualmente vítimas do tráfico humano e das várias formas de exploração, trabalho forçado ou prostituição.
"A tarefa não é simples. Proliferam por esse mundo fora relações que não levam o rótulo de escravatura mas que exploram a mesma veia: a vulnerabilidade do semelhante e o descaso dos contemporâneos. Há gente confinada a trabalhar sem documentos, sem contrato, sem alojamento, sem salário e sem direitos", salientou.
Para o chefe de Estado cabo-verdiano, a melhor forma de homenagear a memória das vítimas da escravatura e do comércio transatlântico de escravos é contribuir para a luta contra a erradicação dos modernos esquemas de dominação do homem pelo homem, pelo desenvolvimento inclusivo e pela democratização de África.
Jorge Carlos recordou também que "a História e a própria formação da Nação cabo-verdiana estão estreitamente ligadas à escravatura”.
Isto porque, segundo ele, “Cabo Verde foi um importante entreposto de onde mulheres e homens capturados no continente africano e descamisados eram enviados para outras paragens, para as Américas ou constituíam a base da pirâmide escravocrata".
Segundo Jorge Carlos Fonseca, a cultura cabo-verdiana está "impregnada" pelas diversas formas de resistência contra o "modo ignóbil de relacionamento humano" protagonizado num regime colonial de longa duração".
Conforme ainda o chefe de Estado cabo-verdiano "o sofrimento que o tráfico negreiro provocou aos africanos não tem paralelo na história da humanidade”.
“Se é facto que África, como outros continentes, conheceu a escravatura antes do tráfico, a dimensão que essa tragédia assumiu quando organizada à escala quase planetária não tem qualquer comparação com o processo anterior", precisou.
Por isso, Jorge Carlos Fonseca considera que refletir neste momento sobre o tráfico de escravos “é uma forma de homenagear as vítimas desse negócio cruel, dessa tragédia humana”.
Contudo, o estadista cabo-verdiano é de opinião que a escravatura, ao lado do colonialismo, não deve servir de “justificação ou desculpa para políticas atuais que não se estribem na liberdade, não favorecem a democratização e o desenvolvimento".
-0- PANA CS/IZ 26 março2013
As reflexões do chefe de Estado cabo-verdiano sobre a escravatura, um fenómeno antigo mas que, segundo ele, não está "de modo nenhum ultrapassado" estão contidas numa mensagem alusiva ao Dia Internacional em Memória das Vítimas da Escravatura e do Comércio Transatlântico de Escravos, celebrado na segunda-feira.
“É preciso estar atento porque as relações de força de então continuam a ser reproduzidas partindo de outros pressupostos", alertou o chefe de Estado cabo-verdiano, sublinhando a necessidade de o mundo "ser solidário com aqueles que se vêem privados dos seus direitos e sujeitos a regimes infames de servidão, para que ninguém seja forçado a dar mais do que a sua força de trabalho".
Jorge Carlos Fonseca aponta, a propósito, os dados das Nações Unidas que dão conta de que cerca de 2,5 milhões de pessoas, residentes em países pobres ou ricos, são anualmente vítimas do tráfico humano e das várias formas de exploração, trabalho forçado ou prostituição.
"A tarefa não é simples. Proliferam por esse mundo fora relações que não levam o rótulo de escravatura mas que exploram a mesma veia: a vulnerabilidade do semelhante e o descaso dos contemporâneos. Há gente confinada a trabalhar sem documentos, sem contrato, sem alojamento, sem salário e sem direitos", salientou.
Para o chefe de Estado cabo-verdiano, a melhor forma de homenagear a memória das vítimas da escravatura e do comércio transatlântico de escravos é contribuir para a luta contra a erradicação dos modernos esquemas de dominação do homem pelo homem, pelo desenvolvimento inclusivo e pela democratização de África.
Jorge Carlos recordou também que "a História e a própria formação da Nação cabo-verdiana estão estreitamente ligadas à escravatura”.
Isto porque, segundo ele, “Cabo Verde foi um importante entreposto de onde mulheres e homens capturados no continente africano e descamisados eram enviados para outras paragens, para as Américas ou constituíam a base da pirâmide escravocrata".
Segundo Jorge Carlos Fonseca, a cultura cabo-verdiana está "impregnada" pelas diversas formas de resistência contra o "modo ignóbil de relacionamento humano" protagonizado num regime colonial de longa duração".
Conforme ainda o chefe de Estado cabo-verdiano "o sofrimento que o tráfico negreiro provocou aos africanos não tem paralelo na história da humanidade”.
“Se é facto que África, como outros continentes, conheceu a escravatura antes do tráfico, a dimensão que essa tragédia assumiu quando organizada à escala quase planetária não tem qualquer comparação com o processo anterior", precisou.
Por isso, Jorge Carlos Fonseca considera que refletir neste momento sobre o tráfico de escravos “é uma forma de homenagear as vítimas desse negócio cruel, dessa tragédia humana”.
Contudo, o estadista cabo-verdiano é de opinião que a escravatura, ao lado do colonialismo, não deve servir de “justificação ou desculpa para políticas atuais que não se estribem na liberdade, não favorecem a democratização e o desenvolvimento".
-0- PANA CS/IZ 26 março2013