Agência Panafricana de Notícias

Presidente burundês exige desarmamento de civis

Bujumbura- Burundi (PANA) -- O Estado burundês quer utilizar todos os meios para recuperar as armas ainda em circulação no país e que alimentam a insegurança, declarou domingo o Presidente Pierre Nkurunziza, num comício eleitoral no centro do país para a sua reeleição à frente do país.
Segundo Nkurunziza, o Estado vai utilzar todos os meios se, até 25 de Junho próximo, as armas detidas ilegalmente não forem entregues voluntariamente.
Esta advertência surge depois de uma semana de vaga de atentados à granada em diferentes cantos do país que já fizeram, pelo menos, cerca de 30 feridos e dois mortos, segundo a contagem oficial da Polícia Nacional do Burundi.
O último ataque à granada fez, sábado à noite, cerca de 20 feridos, em Kayanza, uma importante circunscrição eleitoral do norte do país.
Uma semana antes, a cidade capital, Bujumbura, foi abalada por lançamentos de granadas contra locais públicos, incluindo restaurantes, fazendo pelo menos sete feridos.
Desde 12 de Junho corrente, data da abertura oficial da campanha para as eleições dum novo chefe de Estado, raros são os dias e as noites que passam sem explosão de granadas tanto em Bujumbura como no interior do Burundi.
A oposição e o movimento presidencial responsabilizam-se mutuamente pelas violências eleitorais em curso no país.
Os partidos políticos da oposição decidiram boicotar a campanha em curso para as presidenciais e exigem a anualação do escrutínio comunal de 24 de Maio passado que, a seu ver, teria sido manchado de "fraudes maciças".
A oposição pede também a libertação "incondicional" de vários dos seus militantes presos no quadro dos inquéritos sobre os autores dos atentados à granada, e a desqualificação da Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI) desde a vitória esmagadora, nas comunais, do partido presidencial com mais de 64 porcento dos sufrágios expressos.
O Conselho das Igrejas Católicas do Burundi, muito influente no país, exigiu, domingo, que o Estado e os partidos políticos, "cada um no que lhe diz respeito", garantam a segurança "para que o nosso país não volte a mergulhar na crise do passado".