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Presidente burkinabe recebe forças vivas da Guiné-Conakry

Paris- França (PANA) -- O Presidente burkinabe, Blaise Compaoré, medianeiro da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) na crise guineense, receberá a 2 de Novembro em Ouagadougou as forças vivas da Guiné-Conakry, anunciou quinta-feira em Paris o antigo primeiro-ministro guineense, Sidya Touré.
"Somos esperados em Ouagadougou a 2 de Novembro para exprimir ao medianeiro as nossas propostas de saíde de crise.
Depois, o Presidente Compaoré vai receber a Junta militar para ouvir o seu ponto de vista", declarou Touré durante uma conferência pública organizada no Instituto Francês das Relações Internacionais (IFRI).
Apresentando a análise das forças vivas, designadamente o agrupamento dos partidos políticos, sindicatos e responsáveis religiosos, Touré disse ser urgente confiar a gestão do país a uma transição civil.
"Depois do que ocorreu a 28 de Setembro último, a Junta está desqualificada para dirigir a Guiné.
Devemos instaurar uma transição civil dum período de 12 meses para preparar os desafios eleitorais", acrescentou.
O presidente da União das Forças Republicanas (UFR) exprimiu o desejo da vinda à Guiné-Conakry duma força internacional encarregue de proteger a população contra o Exército.
"Não precisamos de força de interposição já que não estamos em guerra.
Pelo contrário, precisamos duma força internacional para proteger a população contra o seu Exército, este mesmo que disparou contra Guineenses", frisou.
A Guiné-Conakry atravessa há vários meses uma crise política aguda que atingiu o seu paroxismo a 28 de Setembro último quando forças da ordem dispararam contra militantes da oposição que assistiam a um comício num estádio de Conakry, a capital, fazendo mais de 150 mortos.
A CEDEAO, que designou o Presidente Compaoré como medianeiro da crise na Guiné-Conakry, impôs um embargo de armas com destino ao país.
A União Europeia, por seu turno, decidiu aplicar sanções contra a Guiné-Conakry, prevendo um embargo de armas, restrições na concessão de vistos aos membros da Junta, bem como o congelamento das suas contas bancárias.