PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Presidente angolano indignado com falta de patriotismo de alguns cidadãos
Luanda, Angola (PANA) - O Presidente angolano, João Lourenço, exprimiu sexta-feira a sua profunda indignação pelo que chamou de “falta de patriotismo” de alguns compatrícios seus que desencorajam o investimento privado estrangeiro no seu próprio país.
O Presidente João Lourenço discursava na abertura da VI reunião ordinária do seu partido, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder), a primeira por ele presidida desde que assumiu a liderança da organização partidária, em setembro deste ano.
“Só mesmo a falta de patriotismo pode levar um cidadão nacional a desencorajar o investimento privado estrangeiro no seu próprio país, que pode trazer emprego e o pão à mesa dos Angolanos”, lamentou o chefe de Estado angolano.
Ele manifestou-se ainda surpreso pelas recentes insinuações de que o país estaria a caminhar para uma profunda crise política e instabilidade generalizada.
“Surpreende-nos o facto de cidadãos nacionais evocarem, quem sabe desejarem e até financiarem, uma provável instabilidade política, num país, como Angola, já bastante martirizado por anos de conflito”, afirmou, prometendo contudo acompanhar a questão “com muita seriedade” por se tratar de “um assunto de segurança nacional”.
A ameaça de o país mergulhar na instabilidade política foi admitida recentemente pela empresária Isabel Santos, filha primogénita de José Eduardo dos Santos, antigo Presidente da República (1979-2017) e antecessor de João Lourenço.
Segundo Isabel dos Santos, que postou críticas ao Governo de João Lourenço na sua conta Twitter, a situação em Angola “está a tornar-se cada vez mais tensa, com a possibilidade de se juntar à crise económica existente uma crise política profunda”.
A empresária deu como exemplos “a greve nacional dos médicos com 90 porcento de adesão, a quebra do poder de compra em 170 porcento e a fome nas famílias, apesar do petróleo em alta”.
Também foi Isabel dos Santos que, em ocasiões anteriores, utilizou igualmente as redes sociais para manifestar o seu pessimismo quanto ao futuro económico do país, questionando as opções económicas feitas pelo Governo de João Lourenço e realçando o contraste entre a subida do preço do petróleo e a continuidade da recessão na economia nacional.
No seu discurso, o Presidente João Lourenço também criticou a forma “pouco responsável” como o país foi governado no passado, quando à Isabel dos Santos foi concedida pelo pai, e sem concursos públicos, a maioria das empreitadas das grandes obras públicas como portos, aeroportos, centrais hidroeléctricas, cimenteiras e ordenamento e gestão de cidades.
Por isso, exortou os militantes do seu partido a condenar, denunciar e impedir práticas similares, sublinhando que o MPLA “deve ser o primeiro a levantar sua voz sempre que surjam sinais preocupantes de constituição de um império económico de uma família, uma pessoa, não importa quem, sobretudo quando são comprovadamente usados fundos públicos ou de empresas públicas, empreendimentos que depois aparecem registados como privados”.
“Se empresas públicas forem passadas para o domínio privado, a favor de familiares nossos, sem que se tenha conhecimento de algum concurso público, o Partido deve ser o primeiro a denunciar, contrariar e impedir”, insistiu.
Para João Lourenço, o Partido deve condenar e impedir, que as empreitadas das grandes obras públicas, como portos, aeroportos, centrais hidroelétricas e outras “sejam entregues aos nossos filhos, familiares ou outros próximos, se não obedecerem às regras e normas do concurso público, da contratação e da sã concorrência”.
De igual modo, disse, o partido não deve aceitar, nunca, o monopólio de um único grupo económico, na comercialização de um produto tão valioso como os diamantes, o que pode ter como consequência a fuga das multinacionais do setor, que, no entanto, “investem em outros países, até nossos vizinhos”.
“Se, de forma pouco responsável, se confiarem a um jovem inexperiente a gestão de milhões de dólares americanos do país, o partido não pode ficar indiferente. Tem de bater o pé, perante tamanha afronta aos verdadeiros donos desses recursos - o povo angolano”, sentenciou.
Para o efeito, João Lourenço considerou importante que o MPLA, pelas responsabilidades que tem, pela necessidade de partirem de si os bons exemplos para a sociedade, deve desempenhar, também, o papel fiscalizador, dissuasor, de freio "aos eventuais apetites dos gestores dos recursos do Estado”.
Lamentou o facto de que, no combate contra a corrupção iniciado pelo seu Governo, aqueles que vêm perdendo privilégios, adquiridos ao longo dos anos, se façam de vítimas, quando “deviam ter a sensatez e humildade de agradecer a esse povo generoso, por lhes ter dado essa possibilidade (…), porque a única vítima do seu comportamento ganancioso foi o povo”.
“Este povo, que permitiu que uns poucos privilegiados mergulhassem no ‘pote do mel’, com insaciável apetite, não merece tamanha ingratidão com manifestações de quem se julga no direito de manter o estatuto indevidamente adquirido”, disse.
A este propósito, advertiu que o processo de reformas políticas e económicas em curso no país “é irreversível” e que Angola jamais voltará a ser a mesma de uns anos atrás. “A Angola das oportunidades restringidas a uns quantos intocáveis que tudo podiam, essa pertence à história”, concluiu.
-0- PANA IZ 01dez2018
O Presidente João Lourenço discursava na abertura da VI reunião ordinária do seu partido, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder), a primeira por ele presidida desde que assumiu a liderança da organização partidária, em setembro deste ano.
“Só mesmo a falta de patriotismo pode levar um cidadão nacional a desencorajar o investimento privado estrangeiro no seu próprio país, que pode trazer emprego e o pão à mesa dos Angolanos”, lamentou o chefe de Estado angolano.
Ele manifestou-se ainda surpreso pelas recentes insinuações de que o país estaria a caminhar para uma profunda crise política e instabilidade generalizada.
“Surpreende-nos o facto de cidadãos nacionais evocarem, quem sabe desejarem e até financiarem, uma provável instabilidade política, num país, como Angola, já bastante martirizado por anos de conflito”, afirmou, prometendo contudo acompanhar a questão “com muita seriedade” por se tratar de “um assunto de segurança nacional”.
A ameaça de o país mergulhar na instabilidade política foi admitida recentemente pela empresária Isabel Santos, filha primogénita de José Eduardo dos Santos, antigo Presidente da República (1979-2017) e antecessor de João Lourenço.
Segundo Isabel dos Santos, que postou críticas ao Governo de João Lourenço na sua conta Twitter, a situação em Angola “está a tornar-se cada vez mais tensa, com a possibilidade de se juntar à crise económica existente uma crise política profunda”.
A empresária deu como exemplos “a greve nacional dos médicos com 90 porcento de adesão, a quebra do poder de compra em 170 porcento e a fome nas famílias, apesar do petróleo em alta”.
Também foi Isabel dos Santos que, em ocasiões anteriores, utilizou igualmente as redes sociais para manifestar o seu pessimismo quanto ao futuro económico do país, questionando as opções económicas feitas pelo Governo de João Lourenço e realçando o contraste entre a subida do preço do petróleo e a continuidade da recessão na economia nacional.
No seu discurso, o Presidente João Lourenço também criticou a forma “pouco responsável” como o país foi governado no passado, quando à Isabel dos Santos foi concedida pelo pai, e sem concursos públicos, a maioria das empreitadas das grandes obras públicas como portos, aeroportos, centrais hidroeléctricas, cimenteiras e ordenamento e gestão de cidades.
Por isso, exortou os militantes do seu partido a condenar, denunciar e impedir práticas similares, sublinhando que o MPLA “deve ser o primeiro a levantar sua voz sempre que surjam sinais preocupantes de constituição de um império económico de uma família, uma pessoa, não importa quem, sobretudo quando são comprovadamente usados fundos públicos ou de empresas públicas, empreendimentos que depois aparecem registados como privados”.
“Se empresas públicas forem passadas para o domínio privado, a favor de familiares nossos, sem que se tenha conhecimento de algum concurso público, o Partido deve ser o primeiro a denunciar, contrariar e impedir”, insistiu.
Para João Lourenço, o Partido deve condenar e impedir, que as empreitadas das grandes obras públicas, como portos, aeroportos, centrais hidroelétricas e outras “sejam entregues aos nossos filhos, familiares ou outros próximos, se não obedecerem às regras e normas do concurso público, da contratação e da sã concorrência”.
De igual modo, disse, o partido não deve aceitar, nunca, o monopólio de um único grupo económico, na comercialização de um produto tão valioso como os diamantes, o que pode ter como consequência a fuga das multinacionais do setor, que, no entanto, “investem em outros países, até nossos vizinhos”.
“Se, de forma pouco responsável, se confiarem a um jovem inexperiente a gestão de milhões de dólares americanos do país, o partido não pode ficar indiferente. Tem de bater o pé, perante tamanha afronta aos verdadeiros donos desses recursos - o povo angolano”, sentenciou.
Para o efeito, João Lourenço considerou importante que o MPLA, pelas responsabilidades que tem, pela necessidade de partirem de si os bons exemplos para a sociedade, deve desempenhar, também, o papel fiscalizador, dissuasor, de freio "aos eventuais apetites dos gestores dos recursos do Estado”.
Lamentou o facto de que, no combate contra a corrupção iniciado pelo seu Governo, aqueles que vêm perdendo privilégios, adquiridos ao longo dos anos, se façam de vítimas, quando “deviam ter a sensatez e humildade de agradecer a esse povo generoso, por lhes ter dado essa possibilidade (…), porque a única vítima do seu comportamento ganancioso foi o povo”.
“Este povo, que permitiu que uns poucos privilegiados mergulhassem no ‘pote do mel’, com insaciável apetite, não merece tamanha ingratidão com manifestações de quem se julga no direito de manter o estatuto indevidamente adquirido”, disse.
A este propósito, advertiu que o processo de reformas políticas e económicas em curso no país “é irreversível” e que Angola jamais voltará a ser a mesma de uns anos atrás. “A Angola das oportunidades restringidas a uns quantos intocáveis que tudo podiam, essa pertence à história”, concluiu.
-0- PANA IZ 01dez2018