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Agência Panafricana de Notícias
Presidente angolano exonera general Nunda da chefia das Forças Armadas
Luanda, Angola (PANA) - O Presidente angolano, João Lourenço, exonerou esta segunda-feira o general Geraldo Sachipengo Nunda do cargo de chefe do Estado-Maior-General (EMG) das Forças Armadas Angolanas (FAA).
No seu lugar, João Lourenço nomeou o general António Egídio de Sousa Santos “Disciplina”, até então chefe do Estado-Maior-General adjunto das FAA para a Educação Patriótica.
De 65 anos de idade, o general Nunda ocupava o cargo desde outubro de 2010, quando foi promovido a “general do Exército”.
Em novembro de 2017, ele manifestou a sua vontade de se reformar, lembrando na altura que a idade legal de reforma nas FAA era de 55 anos para os generais e 58 a 60 para o chefe do EMG.
“A lei das Forças Armadas, a lei do serviço militar, diz que os oficiais generais são reformados aos 55 anos, o chefe do EMG aos 58 ou 60 anos, mas nós estamos a nos reformar com 65 anos. E eu sou um candidato para a reforma, porque já fiz 65 anos no mês de setembro”, disse.
Nascido a 13 de setembro de 1952 em Nharea, na província central angolana do Bié, e licenciado em Ciências da Educação pela Universidade Agostinho Neto, Nunda pertenceu primeiro às forças militares da UNITA (FALA), enquanto movimento rebelde liderado por Jonas Malheiro Savimbi, que ele abandonou para integrar as FAA, em janeiro de 1993.
Com a sua entrada nas FAA, ele desempenhou sucessivamente as funções de conselheiro do chefe do EMG (1993-1999), chefe do EMG adjunto (1999-2010) e chefe do EMG (2010-2018).
A sua exoneração acontece numa altura em que o seu nome vem sendo citado num escândalo financeiro internacional que envolve um grupo de empresários tailandeses que tentaram alegadamente defraudar o Estado angolano com promessas de ajudar a obter um crédito de 50 biliões de dólares americanos para financiar projetos no país.
Pela sua alegada implicação no caso, juntamente com três outros generais ainda não identificados, a Procuradoria Geral da República (PGR) anunciou recentemente estar em curso uma investigação criminal por suspeita de “tentativa de fraude financeira internacional” liderada por um suposto empresário tailandês identificado como Raveeroj Rithchoteanan.
De acordo com a PGR, trata-se de uma rede de indivíduos que, sob a cobertura da empresa Centennial Energy Thailand, de Raveeroj Rithchoteanan, “tentaram de forma fraudulenta negociar uma operação de financiamento internacional de 50 biliões de dólares americanos”.
A operação serviria supostamente para financiar alguns projetos em Angola mas foi abortada pela Polícia angolana após denúncia de um dos bancos envolvidos na negociação.
Estão igualmente sob investigação no mesmo processo os antigos responsáveis da Unidade Técnica para o Investimento Privado (UTIP), Norberto Garcia, e da Agência para a Promoção do Investimento e Exportações de Angola (APIEX), Belarmino Van-Dúnem, entre outros.
A UITP de Norberto Garcia é apontada como o órgão oficial do Estado angolano que teria dado cobertura e legitimidade ao esquema, quando o seu diretor anunciou publicamente o fundo em causa como estando disponível para os investidores angolanos e estrangeiros.
Na altura, Garcia descreveu a Centennial Energy Thailand como “um grupo internacional de investimento e desenvolvimento de projetos comerciais e humanitários”, e foi assinado, em Luanda, um memorando entre esta e a UTIP, então organismo de apoio ao Presidente da República na preparação, condução e negociação de projetos de investimento privado.
Em declarações à imprensa, Norberto Garcia disse que o fundo estava à disposição dos investidores nacionais e externos, e que iria permitir concretizar os projetos em Angola, essencialmente nos setores produtivos, nomeadamente agroindústria, turismo, hotelaria, pescas e energia.
“A existência desse fundo vai trazer dinheiro para o mercado, vai financiar o mercado, que vai poder autodesenvolver-se. Este fundo faz todo o sentido, porque o parceiro quer é uma parceria, uma ‘joint-venture’, por esta via.
“Não estamos a falar de taxas de juros, de retornos de forma alguma complicados, com o processo de gestão do investidor, porque é em função dos rendimentos que a parceria vai proporcionar, que o retorno será feito”, disse Norberto Garcia, a 30 de novembro de 2017.
Segundo a PGR, se as suspeitas iniciais forem confirmadas, as pessoas implicadas neste escândalo deverão responder em juízo por "tentativa de burla por defraudação" ao Estado angolano.
-0- PANA IZ 23abril2018
No seu lugar, João Lourenço nomeou o general António Egídio de Sousa Santos “Disciplina”, até então chefe do Estado-Maior-General adjunto das FAA para a Educação Patriótica.
De 65 anos de idade, o general Nunda ocupava o cargo desde outubro de 2010, quando foi promovido a “general do Exército”.
Em novembro de 2017, ele manifestou a sua vontade de se reformar, lembrando na altura que a idade legal de reforma nas FAA era de 55 anos para os generais e 58 a 60 para o chefe do EMG.
“A lei das Forças Armadas, a lei do serviço militar, diz que os oficiais generais são reformados aos 55 anos, o chefe do EMG aos 58 ou 60 anos, mas nós estamos a nos reformar com 65 anos. E eu sou um candidato para a reforma, porque já fiz 65 anos no mês de setembro”, disse.
Nascido a 13 de setembro de 1952 em Nharea, na província central angolana do Bié, e licenciado em Ciências da Educação pela Universidade Agostinho Neto, Nunda pertenceu primeiro às forças militares da UNITA (FALA), enquanto movimento rebelde liderado por Jonas Malheiro Savimbi, que ele abandonou para integrar as FAA, em janeiro de 1993.
Com a sua entrada nas FAA, ele desempenhou sucessivamente as funções de conselheiro do chefe do EMG (1993-1999), chefe do EMG adjunto (1999-2010) e chefe do EMG (2010-2018).
A sua exoneração acontece numa altura em que o seu nome vem sendo citado num escândalo financeiro internacional que envolve um grupo de empresários tailandeses que tentaram alegadamente defraudar o Estado angolano com promessas de ajudar a obter um crédito de 50 biliões de dólares americanos para financiar projetos no país.
Pela sua alegada implicação no caso, juntamente com três outros generais ainda não identificados, a Procuradoria Geral da República (PGR) anunciou recentemente estar em curso uma investigação criminal por suspeita de “tentativa de fraude financeira internacional” liderada por um suposto empresário tailandês identificado como Raveeroj Rithchoteanan.
De acordo com a PGR, trata-se de uma rede de indivíduos que, sob a cobertura da empresa Centennial Energy Thailand, de Raveeroj Rithchoteanan, “tentaram de forma fraudulenta negociar uma operação de financiamento internacional de 50 biliões de dólares americanos”.
A operação serviria supostamente para financiar alguns projetos em Angola mas foi abortada pela Polícia angolana após denúncia de um dos bancos envolvidos na negociação.
Estão igualmente sob investigação no mesmo processo os antigos responsáveis da Unidade Técnica para o Investimento Privado (UTIP), Norberto Garcia, e da Agência para a Promoção do Investimento e Exportações de Angola (APIEX), Belarmino Van-Dúnem, entre outros.
A UITP de Norberto Garcia é apontada como o órgão oficial do Estado angolano que teria dado cobertura e legitimidade ao esquema, quando o seu diretor anunciou publicamente o fundo em causa como estando disponível para os investidores angolanos e estrangeiros.
Na altura, Garcia descreveu a Centennial Energy Thailand como “um grupo internacional de investimento e desenvolvimento de projetos comerciais e humanitários”, e foi assinado, em Luanda, um memorando entre esta e a UTIP, então organismo de apoio ao Presidente da República na preparação, condução e negociação de projetos de investimento privado.
Em declarações à imprensa, Norberto Garcia disse que o fundo estava à disposição dos investidores nacionais e externos, e que iria permitir concretizar os projetos em Angola, essencialmente nos setores produtivos, nomeadamente agroindústria, turismo, hotelaria, pescas e energia.
“A existência desse fundo vai trazer dinheiro para o mercado, vai financiar o mercado, que vai poder autodesenvolver-se. Este fundo faz todo o sentido, porque o parceiro quer é uma parceria, uma ‘joint-venture’, por esta via.
“Não estamos a falar de taxas de juros, de retornos de forma alguma complicados, com o processo de gestão do investidor, porque é em função dos rendimentos que a parceria vai proporcionar, que o retorno será feito”, disse Norberto Garcia, a 30 de novembro de 2017.
Segundo a PGR, se as suspeitas iniciais forem confirmadas, as pessoas implicadas neste escândalo deverão responder em juízo por "tentativa de burla por defraudação" ao Estado angolano.
-0- PANA IZ 23abril2018