PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Preparativos da visita de Barack Obama em destaque na imprensa senegalesa
Dakar, Senegal (PANA) - A 48 horas da chegada de Barack Obama a Dakar, os jornais senegaleses rivalizam-se de imaginação para descobrir o segredo que rodeia o programa da visita do Presidente americano, tendo em conta os dispositivos de segurança que, embora excessivamente discretos, não deixam de ser percetíveis as restrições que impuseram aos hábitos dos habitantes de Dakar, particularmente.
O diário "Le Populaire" na sua edição de segunda-feira revela aos seus leitores os sabores da "culinária das mulheres da República para acolher Obama em grande pompa e circunstância".
O menu preparado por mulheres da classe dirigente da coligação do poder no Senegal comporta uma forte mobilização das mulheres e jovens dos bairros populares de Dakar, lá onde, há cinco anos, a população, senegalesa ou de qualquer outro país de África, terá comunicado à cidade anfitriã o antegosto deste frenesi que inspirava na época a mera evocação do nome Barack Obama.
Agora não parece ser o caso, quando até o próprio chefe de Estado senegalês, Macky Sall, se propõe servir ao seu anfitrião americano, esperado na capital senegalesa esta quarta-feira, esta fórmula digna da "Téranga (hospitalidade)" senegalesa: "Dalal Ak Diam (Bem-vindo em Paz ao nosso país), comenta o diário privado "Walfadjri" que faz eco de uma entrevista concedida pelo chefe de Estado senegalês ao semanário francês "Journal du Dimanche".
O "Sud Quotidien", um outro diário privado senegalês, aparece por seu turno com uma abordagem mais prudente do acolhimento a reservar ao chefe da Casa Branca.
"Demostremos cortesia e respeito pelo povo americano. Mas reservemos os nossos corações para outras ocasiões", afirma para concluir uma análise intitulada "Obama e Nós" que descreve os vários aspetos da personalidade do Presidente do país mais poderoso do planeta que "cresceu no meio da sua família branca, conhece mal as suas raízes africanas, e a sua juventude parece-se mais à de uma criança da classe média que a de crianças de guetos negros".
São tantas as predisposições que forçaram sem dúvida o balanço deste Presidente cujo juramento, segundo o Sud Quotidien, "comoveu toda África e fez nascer entre nós sentimentos de orgulho e de esperança, sem dúvida dececionados, tendo em conta um balanço que o diário senegalês considera longe de ser satisfatório".
"Obama não respondeu às múltiplas expetativas que pesavam sobre a sua cabeça: as dos Africanos, as dos seus compatriotas, as dos defensores dos direitos humanos", sublinha o diário que cita, a título indicativo, os numerosos atos impopulares que se perpetuam sob a administração Obama.
Entre estes atos o jornal destaca o black-out sobre a ideia de um Plano Marshall a favor do continente negro; a promessa no seio do G8; a prisão de Guantánamo, local de detenção dos prisioneiros políticos fora de qualquer quadro legal; centenas de inocentes, incluindo mulheres e crianças, mortas por aviões sem pilotos, do Afeganistão ao Iémen; escutas (telefone, emails, vídeo) prejudicando as liberdades dos países do Sul; a arrogância e os exageros do Governo de extrema direita israelita cobertas pela Casa Branca.
Como outras evidências do desgaste da popularidade do Presidente negro dos Estados Unidos, o jornal confronta o acolhimento a ele reservado por "alguns milhares de Berlinenses na mítica Porta de Brandebourg" com o de 2008, onde "Obama, ainda simples candidato às presidenciais, foi aclamado em Berlim por 200 mil fanáticos seus, apesar das reticências do Governo local".
"É este Presidente que recebemos este 26 de junho", indica o jornal para justificar o tipo de acolhimento que seria justo e razoável reserver a Obama, designamente o da cortesia e do respeito, por este "prémio à democracia senegalesa", que constitui a escolha do Senegal como primeira etapa da sua digressão africana.
-0- PANA KJ/AAS/IBA/MAR/IZ 25junho2013
O diário "Le Populaire" na sua edição de segunda-feira revela aos seus leitores os sabores da "culinária das mulheres da República para acolher Obama em grande pompa e circunstância".
O menu preparado por mulheres da classe dirigente da coligação do poder no Senegal comporta uma forte mobilização das mulheres e jovens dos bairros populares de Dakar, lá onde, há cinco anos, a população, senegalesa ou de qualquer outro país de África, terá comunicado à cidade anfitriã o antegosto deste frenesi que inspirava na época a mera evocação do nome Barack Obama.
Agora não parece ser o caso, quando até o próprio chefe de Estado senegalês, Macky Sall, se propõe servir ao seu anfitrião americano, esperado na capital senegalesa esta quarta-feira, esta fórmula digna da "Téranga (hospitalidade)" senegalesa: "Dalal Ak Diam (Bem-vindo em Paz ao nosso país), comenta o diário privado "Walfadjri" que faz eco de uma entrevista concedida pelo chefe de Estado senegalês ao semanário francês "Journal du Dimanche".
O "Sud Quotidien", um outro diário privado senegalês, aparece por seu turno com uma abordagem mais prudente do acolhimento a reservar ao chefe da Casa Branca.
"Demostremos cortesia e respeito pelo povo americano. Mas reservemos os nossos corações para outras ocasiões", afirma para concluir uma análise intitulada "Obama e Nós" que descreve os vários aspetos da personalidade do Presidente do país mais poderoso do planeta que "cresceu no meio da sua família branca, conhece mal as suas raízes africanas, e a sua juventude parece-se mais à de uma criança da classe média que a de crianças de guetos negros".
São tantas as predisposições que forçaram sem dúvida o balanço deste Presidente cujo juramento, segundo o Sud Quotidien, "comoveu toda África e fez nascer entre nós sentimentos de orgulho e de esperança, sem dúvida dececionados, tendo em conta um balanço que o diário senegalês considera longe de ser satisfatório".
"Obama não respondeu às múltiplas expetativas que pesavam sobre a sua cabeça: as dos Africanos, as dos seus compatriotas, as dos defensores dos direitos humanos", sublinha o diário que cita, a título indicativo, os numerosos atos impopulares que se perpetuam sob a administração Obama.
Entre estes atos o jornal destaca o black-out sobre a ideia de um Plano Marshall a favor do continente negro; a promessa no seio do G8; a prisão de Guantánamo, local de detenção dos prisioneiros políticos fora de qualquer quadro legal; centenas de inocentes, incluindo mulheres e crianças, mortas por aviões sem pilotos, do Afeganistão ao Iémen; escutas (telefone, emails, vídeo) prejudicando as liberdades dos países do Sul; a arrogância e os exageros do Governo de extrema direita israelita cobertas pela Casa Branca.
Como outras evidências do desgaste da popularidade do Presidente negro dos Estados Unidos, o jornal confronta o acolhimento a ele reservado por "alguns milhares de Berlinenses na mítica Porta de Brandebourg" com o de 2008, onde "Obama, ainda simples candidato às presidenciais, foi aclamado em Berlim por 200 mil fanáticos seus, apesar das reticências do Governo local".
"É este Presidente que recebemos este 26 de junho", indica o jornal para justificar o tipo de acolhimento que seria justo e razoável reserver a Obama, designamente o da cortesia e do respeito, por este "prémio à democracia senegalesa", que constitui a escolha do Senegal como primeira etapa da sua digressão africana.
-0- PANA KJ/AAS/IBA/MAR/IZ 25junho2013