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Possibilidade de tsunami em Cabo Verde é remota - perito

Praia- Cabo Verde (PANA) -- O investigador do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica de Cabo Verde, Bruno Faria, considera muito remota a possibilidade da ocorrência de uma erupção vulcânica submarina próxima da ilha do Fogo, que poderia criar uma nova ilha e provocar um tsunami, apurou a PANA na cidade da Praia.
Em declarações à Rádio de Cabo Verde (RCV), este geofísico garante que não há motivo para qualquer tipo de alarmismo e muito menos para as pessoas entrarem em pânico, uma vez que, frisou, os fenómenos sísmicos registados não terão qualquer tipo de repercussão "nos nossos dias".
Ele participou numa equipa do Instituto Leibnitz (Alemanha), que levou a cabo estudos recentes na região da montanha submarina Cadamosto, a sudoeste da ilha do Fogo.
Com base nisso, Bruno Faria admite até que, em teoria, existe a possibilidade de surgir uma nova ilha no arquipélago, em consequência da actividade vulcânica na região objecto do estudo, mas este é um fenómeno que só poderia ocorrer daqui a "milhões de anos".
Isto porque, conforme explicou, os movimentos sísmicos registados pelo estudo ocorrem a milhares de metros de profundidade, pelo que a cumulação das lavas expelidas por hipotéticas erupções vulcânicas levaria imenso tempo para atingir a superfície.
Segunda-feira, o jornal on-line Visaonews.
com dava conta de um estudo, que devia ser publicado esta terça feira pelo Geophysical Journal International, teorizando sobre a possibilidade de as sucessivas erupções vulcânicas submarinas próximas do Fogo poderem dar origem ao surgimento de uma nova ilha.
A pesquisa não adianta estimativas sobre quando poderão ocorrer os próximos sismos submarinos, mas lembra que poderão ocorrer tsunamis de grande intensidade.
Esta notícia, retomada de imediato por quase todos os órgãos de comunicação social em Cabo Verde, causou natural apreensão no arquipélago mas o primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, garantiu que o governo desconhecia o estudo do instituto alemão.
Contudo, José Maria Neves assumiu que, depois da notícia, deu orientações no sentido de serem feitos os estudos e de se identificar toda a origem desta informação para se poder fazer o necessário acompanhamento.