PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Populações burkinabes manifestam-se para dissolução da Guarda Presidencial
Ouagadougou, Burkina Faso (PANA) – Novas manifestações ocorreram sábado em Ouagadougou e em várias outras cidades do Burkina Faso para exigir o “desmantelamento” da Guarda Presidencial, apesar “da ideia de reorientação do emprego” desta estrutura anunciada sexta-feira última pelo Comando Militar, constatou a PANA no local.
Várias centenas de pessoas mobilizaram-se de novo sábado último de manhã no Largo da Nação, o maior da capital, para exigir o “desmantelamento” e a “dissolução » do Regimento da Segurança Presidencial (RSP), unidade de elite ao serviço do ex-Presidente Blaise Compaoré derrubado a 30 de outubro último por uma revolução de rua, após 27 anos de poder absoluto.
Manifestações similares ocorreram em várias outras localidades do país para denunciar o comportamento do RSP, acusado de querer « sabotar » a transição exigindo a demissão do primeiro-ministro Yacouba Isaac Zida, ex-número dois desta mesma guarda.
Face às múltiplas ameaças da população e às advertências da comunidade internacional, os responsáveis do RSP conformaram-se com estas exigências, nomeadamente a demissão do primeiro-ministro contra uma « reorganização » no seio da sua unidade.
« Reconhecemos a urgência de fazermos uma reflexão para revermos a estruturação do RSP, um regimento que, no seu seio, possui muitas capacidades e atitudes que devemos aproveitar para realizar com êxito missões de defesa e segurança que são as das Forças Armadas Nacionais », declarou o chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, Pingrenoma Zagré, no termo dum encontro, sexta-feira última, com o Presidente de Transição, Michel Kafando.
Segundo Zagré, o RSP foi criado com a vocação de garantir missões confiadas pelo Presidente do Burkina Faso junto das instituições da República.
« (…) Tendo em conta a mudança política e de regime que o nosso país registou desde finais de outubro último, existe então uma necessidade de reorientar a utilização operacional do RSP que é uma unidade de elite a fim de o direcionar para missões de defesa e segurança do território nacional”, indicou.
Para um artista-músico Sam’s K le Dja, membro-fundador do "Mouvement Balai Citoyen"(Movimento Vassoura Citadina), ponta de lança da juventude burkinabe, o desmantelamento do RSP deve fazer -se em concertação com os militares.
« Eles (RSP) tiveram uma tarefa. Eles foram formados e ensinaram-lhes a respeitarem uma única pessoa que se chama Blaise (Compaoré) que já não está aqui. Portanto, de repente, são pessoas frágeis. Elas precisam da nossa ajuda », disse La Dja, acrescentando que « não queremos dois Exércitos no Burkina Faso ».
O RSP foi acusado pela Amnistia Internacional (AI), Organização Não Governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos, ter disparado contra manifestantes durante jornadas de insurrecão ocorridas em finais de outubro último, matando 10 pessoas.
O Grupo Internacional de Crise (GIC), no seu último relatório, indica que o Burkina Faso deve realizar reformas no seio do seu Exército, nomeadamente no seio da Guarda Presidencial do ex-Presidente Compaoré, a fim de preservar a sua « estabilidade ».
No entanto, o relatório preveniu que, se for mal feita, a dissolução da antiga Guarda Presidencial fará pairar um sério risco de derrapagem sobre a transição (…)
-0- PANA NDT/JSG/SOC/FK/DD 09fev2015
Várias centenas de pessoas mobilizaram-se de novo sábado último de manhã no Largo da Nação, o maior da capital, para exigir o “desmantelamento” e a “dissolução » do Regimento da Segurança Presidencial (RSP), unidade de elite ao serviço do ex-Presidente Blaise Compaoré derrubado a 30 de outubro último por uma revolução de rua, após 27 anos de poder absoluto.
Manifestações similares ocorreram em várias outras localidades do país para denunciar o comportamento do RSP, acusado de querer « sabotar » a transição exigindo a demissão do primeiro-ministro Yacouba Isaac Zida, ex-número dois desta mesma guarda.
Face às múltiplas ameaças da população e às advertências da comunidade internacional, os responsáveis do RSP conformaram-se com estas exigências, nomeadamente a demissão do primeiro-ministro contra uma « reorganização » no seio da sua unidade.
« Reconhecemos a urgência de fazermos uma reflexão para revermos a estruturação do RSP, um regimento que, no seu seio, possui muitas capacidades e atitudes que devemos aproveitar para realizar com êxito missões de defesa e segurança que são as das Forças Armadas Nacionais », declarou o chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, Pingrenoma Zagré, no termo dum encontro, sexta-feira última, com o Presidente de Transição, Michel Kafando.
Segundo Zagré, o RSP foi criado com a vocação de garantir missões confiadas pelo Presidente do Burkina Faso junto das instituições da República.
« (…) Tendo em conta a mudança política e de regime que o nosso país registou desde finais de outubro último, existe então uma necessidade de reorientar a utilização operacional do RSP que é uma unidade de elite a fim de o direcionar para missões de defesa e segurança do território nacional”, indicou.
Para um artista-músico Sam’s K le Dja, membro-fundador do "Mouvement Balai Citoyen"(Movimento Vassoura Citadina), ponta de lança da juventude burkinabe, o desmantelamento do RSP deve fazer -se em concertação com os militares.
« Eles (RSP) tiveram uma tarefa. Eles foram formados e ensinaram-lhes a respeitarem uma única pessoa que se chama Blaise (Compaoré) que já não está aqui. Portanto, de repente, são pessoas frágeis. Elas precisam da nossa ajuda », disse La Dja, acrescentando que « não queremos dois Exércitos no Burkina Faso ».
O RSP foi acusado pela Amnistia Internacional (AI), Organização Não Governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos, ter disparado contra manifestantes durante jornadas de insurrecão ocorridas em finais de outubro último, matando 10 pessoas.
O Grupo Internacional de Crise (GIC), no seu último relatório, indica que o Burkina Faso deve realizar reformas no seio do seu Exército, nomeadamente no seio da Guarda Presidencial do ex-Presidente Compaoré, a fim de preservar a sua « estabilidade ».
No entanto, o relatório preveniu que, se for mal feita, a dissolução da antiga Guarda Presidencial fará pairar um sério risco de derrapagem sobre a transição (…)
-0- PANA NDT/JSG/SOC/FK/DD 09fev2015