Agência Panafricana de Notícias

Políticos comorianos consideram jovens como ameças para país

Rabat, Marrocos (PANA) – A classe política comoriana está muito desconfiada em relação da juventude do país considerando-a mais como uma ameaça que um triunfo, afirmou quinta-feira em Rabat o representante das ilhas Comores, Silim Madi Attoumani.

«Nas Comores, não temos sequer ministério especificamente dedicado à juventude. Estamos sob a tutela dum comissariado que não tem recursos humanos nem meios financeiros. Isso traduz a estima em que o poder mantém a sua joventude», declarou a PANA Attoumani, um fórum de concertação dos jovens africanos sobre o desenvolvimento da educação em África.

Presidente da Federação dos Atores para o Desenvolvimento Economico da ilha de Mohéli (FADESIM), Attoumani indicou que a juventude nunca foi associada às decisões importantes que vinculam o futuro das três grandes ilhas que compõem o país, designadamente Moheli, Anjouan e Grande Comore.

«A juventude está às vezes contornada, às vezes utilizada pelo poder político. Os jovens que tentam emergir são neutralizados ou recuperados pelo poder político. Somos inúteis», indignou-se.

Abandonada pela classe política, a juventude comoriana organizou-se para ultrapassar os seus desafios, tais como a criação de empregos, o acesso ao micro-crédito, o acesso à escola, à água potável e ao saneamento.

«Só para a FADESIM, agrupámos 50 associações de jovens que intervém nos setores da educação, da saúde, do micro-credito. Desempenhamos um papel de intermediários técnícos e financeiros junto dos jovens pois estamos convencidos de que a juventude é a coluna vertebral duma nação», disse Attoumani.

Ele louvou por outro lado a parceria entre a juventude das Comores e organismos internacionais, assegurando que isso permitiu reforçar as capacidades dos jovens empresários a fim de realizar projetos.

«Desde a criação da nossa federação em 2007, conseguimos ajudar inserir númerosos jovens das Comores na vida ativa. Ajudaramos outros a adquirirem experiências e a perspetivar excelentes carreiras profissionais. Nós, jovens das Comores, estamos determinados a continuar a contar connosco mesmo», aumentou o presidente da FADESIM.

Organizada por iniciativa da Associação para o Desenvolvimento da Educação em África (ADEA) e da Organização Islamica para a Educação, Ciência e a Cultura (ISSESCO), o fórum de Rabat decorre desde terça-feira.

-0- PANA SEI/AAS/DIM/DD 20outubro2011