Agência Panafricana de Notícias

Polícia queniana intensifica investigações sobre comércio ilegal de ouro da RDC

Nairobi, Quénia (PANA) – A Polícia queniana lançou uma investigação internacional sobre o desaparecimento de 2,5 toneladas de ouro no valor de 113 milhões de dólares americanos quando a carga estava em trânsito para os Emirados Árabes Unidos (EAU).

A Polícia acredita que o ouro teria sido roubado clandestinamente por traficantes internacionais originários dos EAU.

A grande quantidade envolvida provocou o receio de que as receitas da venda deste ouro poderiam ser utilizadas na desestablização política da República Democrática do Congo (RDC) de onde o ouro é originário.

O Presidente da RDC, Joseph Kabila, deslocou-se ao Quénia para negociações com o seu homólogo queniano, Mwai Kibali, durante as quais os dois líderes teriam acordado em criar uma equipa conjunta de investigação para rastrear os movimentos do ouro a partir de Nairobi, capital queniana.

O diretor do Departamento de Investigações Criminais (DCI) do Quénia, Ndegwa Muhoro, indicou terça-feira que a Polícia intensificou as investigações com o envolvimento da Polícia Internacional (Interpol).

O ouro teria sido roubado na RDC em janeiro quando um avião do Governo que o transportava foi desviado. O produto foi clandestinamente transportado para o Quénia mas os responsáveis da Autoridade Fiscal do Quénia (KRA) intercetaram a encomenda no Aeroporto Internacional Jomo Kenyatta de Nairobi.

A equipa combinada de investigadores da Polícia, da KRA e do Serviço de Migração sofreu um choque quando um alto responsável da KRA foi morto a tiro a caminho da sua residência.

De acordo com as investigações, o Quénia é um ponto de trânsito chave do comércio ilegal de ouro proveniente maioritariamente dos EAU e da África do Sul.

Por agora, os investigadores estão a tentar estabelecer uma ligação entre o comércio ilegal e a quantidade de ouro transportado pelo avião recentemente desviado no Kivu Norte, na RDC.

O Governo congolês diz-se preocupado com o facto de que o comércio ilegal seja uma fonte de financiamento para certos grupos armados com o objetivo de desestablizar o país.

-0- PANA AO/SEG/AKA/TBM/CCF/IZ 08março2011