PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Polícia confirma identificação de ossadas de crianças desaparecidas em Cabo Verde
Praia, Cabo Verde (PANA) - Ossadas encontradas em janeiro último na localidade de Ponta Bicuda, nos arredores da cidade Praia, pertencem à Eugénio Lima Edvânea Gonçalves, uma das crianças dadas como desaparecidas em Cabo Verde, confirmou neste fim de semana a Polícia Judiciária (PJ) cabo-verdiana.
Edvânea Gonçalves, 10 anos de idade, desaparecida desde 14 de novembro de 2017, foi vista pela última vez na rua da casa onde mora com os pais no bairro de Eugénio Lima, na Praia, e o caso estava a ser tratado pelas autoridades como sendo um desaparecimento, de acordo com a PJ.
Em comunicado, “a Polícia Judiciária faz saber que, após submeter o material extraído das ossadas encontradas aos exames do DNA (ácido desoxirribonucleico) , após a comparação com material genético dos progenitores dos desaparecidos, nomeadamente de Edvânea Gonçalves), até à data da descoberta das ossadas, estes apresentaram uma probabilidade de 99,9999 porcento de compatibilidades.
Com os resultados dos testes realizados, "a Polícia Judiciária informa que se está perante um caso de homicídio pelo que as investigações serão direcionadas neste sentido com vista a descobrir autor (es) deste crime".
“A Polícia Judiciária informa ainda que a equipa continua firme e determinada a chegar a um desfecho de todos os casos de desaparecimento por investigar”, conclui a nota.
Neste momento, ainda falta esclarecer o desaparecimento de mais quatro pessoas, todas na capital cabo-verdiana.
O desaparecimento misterioso de pessoas já levou à realização de várias manifestações de rua na cidade da Praia para exigir respostas eficazes das autoridades a este fenómeno que está a deixar as pessoas aterrorizadas perante a perspetiva de virem a ser próximas vítimas destes atos hediondos que, ao que tudo indica, estão a ser práticas por criminosos com alto grau de organização.
Em fevereiro último, o Ministério Público anunciou a criação de uma equipa conjunta da Polícia Judiciária e da Polícia Nacional para aclarar o desaparecimento de crianças na cidade da Praia, adiantando haver registados quatro casos suspeitos de sequestro.
Em nota enviada, na altura, às redações foram confirmados e registados na Procuradoria da República da Comarca da Praia "quatro autos de instrução nos quais se investigam fatos suscetíveis de indiciar a prática do crime de sequestro".
A equipa, que devia trabalhar em exclusividade nestes casos, será coordenada por um magistrado do Ministério Público com a incumbência de apresentar, dentro de 30 dias, um relatório sobre a evolução da situação.
Deveria ainda, de acordo com a nota, "indicar estratégias e medidas, claras e concretas, relativamente à gestão processual a empreender" com vista a descobrir o paradeiro dos desaparecidos e conseguir a sua libertação caso ainda esteja em vida, bem como a identificar "os agentes dos crimes proceder à sua respetiva responsabilização criminal".
O Ministério Público admitia ainda o recurso a "mecanismos de cooperação judiciária internacional".
Reagindo ao fenómeno, o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, exprimiu a sua inquietude afirmando que a situação “exige resposta por parte das autoridades e, caso seja necessário, o país deve solicitar apoio a nível exterior".
Também o Cardeal Dom Arlindo Furtado, chefe da Igreja Católica em Cabo Verde, considerou a situação “muito preocupante, grave e chocante” alertando que "há qualquer coisa que está a acontecer e que não dá para entender”.
Na sua ótica, esta situação tem de ser resolvida e o grupo de raptores desmantelado.
O também bispo da Diocese de Santiago aventa à possibilidade de haver “uma organização criminosa com intenções desconhecidas”.
O prelado mostrou-se preocupado, sobretudo com o desaparecimento de crianças, crime esse que qualifica de “hediondo e gravíssimo”.
Por sua vez, a líder do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), maior força da oposição do país, Janira Hopffer Almada, também se manifestou “preocupada” com o sucedido pedindo à comunicação social para não deixar que estes casos caiam no esquecimento.
É preciso que se esclareça o que aconteceu com as quatro crianças e uma adulta, cujos paradeiros ainda se desconhecem, para que se possa prevenir e impedir outros casos similares de acontecerem, defendeu a líder do PAICV.
Na sua perspetiva, em matéria de segurança, o Movimento para a Democracia (MpD) partido no poder, “deve estar com algum problema porque politizou e partidarizou muito esta questão durante as campanhas eleitorais. É por isso que agora tem dificuldades em poder atuar”.
Também o primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, manifestou-se preocupado com o fenómeno, apelando à população para que colabore fazendo chegar à Polícia Judiciária qualquer informação útil.
O primeiro-ministro mostrou-se "ciente" de que "há-de se descobrir exatamente o que aconteceu", escusando-se a "especular" sobre a possibilidade de existir uma rede de tráfico humano a operar em Cabo Verde.
"É preciso apanhar aqueles que estão a fazer este tipo de atos e, em primeiro lugar, recuperar as crianças e depois fazer as ações para que sejam penalizados aqueles que eventualmente estejam a atuar a coberto de atos de crime", disse.
Ulisses Correia e Silva apontou ainda a necessidade de melhorar a eficiência dos sistemas policial e judicial no país, bem como a cultura de segurança na sociedade.
"Temos que melhorar toda a eficiência dos sistemas policial e judicial e termos também muita educação para a segurança para que as pessoas estejam cientes de que é preciso proteger e que a família também proteja", disse o primeiro-ministro cabo-verdiano.
-0- PANA CS/DD 14julho2018
Edvânea Gonçalves, 10 anos de idade, desaparecida desde 14 de novembro de 2017, foi vista pela última vez na rua da casa onde mora com os pais no bairro de Eugénio Lima, na Praia, e o caso estava a ser tratado pelas autoridades como sendo um desaparecimento, de acordo com a PJ.
Em comunicado, “a Polícia Judiciária faz saber que, após submeter o material extraído das ossadas encontradas aos exames do DNA (ácido desoxirribonucleico) , após a comparação com material genético dos progenitores dos desaparecidos, nomeadamente de Edvânea Gonçalves), até à data da descoberta das ossadas, estes apresentaram uma probabilidade de 99,9999 porcento de compatibilidades.
Com os resultados dos testes realizados, "a Polícia Judiciária informa que se está perante um caso de homicídio pelo que as investigações serão direcionadas neste sentido com vista a descobrir autor (es) deste crime".
“A Polícia Judiciária informa ainda que a equipa continua firme e determinada a chegar a um desfecho de todos os casos de desaparecimento por investigar”, conclui a nota.
Neste momento, ainda falta esclarecer o desaparecimento de mais quatro pessoas, todas na capital cabo-verdiana.
O desaparecimento misterioso de pessoas já levou à realização de várias manifestações de rua na cidade da Praia para exigir respostas eficazes das autoridades a este fenómeno que está a deixar as pessoas aterrorizadas perante a perspetiva de virem a ser próximas vítimas destes atos hediondos que, ao que tudo indica, estão a ser práticas por criminosos com alto grau de organização.
Em fevereiro último, o Ministério Público anunciou a criação de uma equipa conjunta da Polícia Judiciária e da Polícia Nacional para aclarar o desaparecimento de crianças na cidade da Praia, adiantando haver registados quatro casos suspeitos de sequestro.
Em nota enviada, na altura, às redações foram confirmados e registados na Procuradoria da República da Comarca da Praia "quatro autos de instrução nos quais se investigam fatos suscetíveis de indiciar a prática do crime de sequestro".
A equipa, que devia trabalhar em exclusividade nestes casos, será coordenada por um magistrado do Ministério Público com a incumbência de apresentar, dentro de 30 dias, um relatório sobre a evolução da situação.
Deveria ainda, de acordo com a nota, "indicar estratégias e medidas, claras e concretas, relativamente à gestão processual a empreender" com vista a descobrir o paradeiro dos desaparecidos e conseguir a sua libertação caso ainda esteja em vida, bem como a identificar "os agentes dos crimes proceder à sua respetiva responsabilização criminal".
O Ministério Público admitia ainda o recurso a "mecanismos de cooperação judiciária internacional".
Reagindo ao fenómeno, o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, exprimiu a sua inquietude afirmando que a situação “exige resposta por parte das autoridades e, caso seja necessário, o país deve solicitar apoio a nível exterior".
Também o Cardeal Dom Arlindo Furtado, chefe da Igreja Católica em Cabo Verde, considerou a situação “muito preocupante, grave e chocante” alertando que "há qualquer coisa que está a acontecer e que não dá para entender”.
Na sua ótica, esta situação tem de ser resolvida e o grupo de raptores desmantelado.
O também bispo da Diocese de Santiago aventa à possibilidade de haver “uma organização criminosa com intenções desconhecidas”.
O prelado mostrou-se preocupado, sobretudo com o desaparecimento de crianças, crime esse que qualifica de “hediondo e gravíssimo”.
Por sua vez, a líder do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), maior força da oposição do país, Janira Hopffer Almada, também se manifestou “preocupada” com o sucedido pedindo à comunicação social para não deixar que estes casos caiam no esquecimento.
É preciso que se esclareça o que aconteceu com as quatro crianças e uma adulta, cujos paradeiros ainda se desconhecem, para que se possa prevenir e impedir outros casos similares de acontecerem, defendeu a líder do PAICV.
Na sua perspetiva, em matéria de segurança, o Movimento para a Democracia (MpD) partido no poder, “deve estar com algum problema porque politizou e partidarizou muito esta questão durante as campanhas eleitorais. É por isso que agora tem dificuldades em poder atuar”.
Também o primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, manifestou-se preocupado com o fenómeno, apelando à população para que colabore fazendo chegar à Polícia Judiciária qualquer informação útil.
O primeiro-ministro mostrou-se "ciente" de que "há-de se descobrir exatamente o que aconteceu", escusando-se a "especular" sobre a possibilidade de existir uma rede de tráfico humano a operar em Cabo Verde.
"É preciso apanhar aqueles que estão a fazer este tipo de atos e, em primeiro lugar, recuperar as crianças e depois fazer as ações para que sejam penalizados aqueles que eventualmente estejam a atuar a coberto de atos de crime", disse.
Ulisses Correia e Silva apontou ainda a necessidade de melhorar a eficiência dos sistemas policial e judicial no país, bem como a cultura de segurança na sociedade.
"Temos que melhorar toda a eficiência dos sistemas policial e judicial e termos também muita educação para a segurança para que as pessoas estejam cientes de que é preciso proteger e que a família também proteja", disse o primeiro-ministro cabo-verdiano.
-0- PANA CS/DD 14julho2018