Polícia condenado a três anos de prisão por homicídio na cidade da Praia
Praia, Cabo Verde (PANA) - O Tribunal da Comarca da Praia, em Cabo Verde, condenou, terça-feira, a três anos de prisão suspensa, um polícia, principal suspeito de homicídio, na cidade da Praia, apurou a PANA de fonte segura.
Trata-se de Eliseu Sousa, acusado de ter morto a tiro um colega, Hamilton Morais, na madrugada do 29 de outubro último, durante uma operação policial num bairro da cidade da Praia, segundo a mesma fonte.
No seu acórdão, o coletivo de juízes, que acompanharam o processo desde 01 de dezembro corrente, entendeu que o disparo efetuado no decorrer da operação, Eliseu Sousa não teve intenção de matar o colega Hamilton Morais, quando Serviço de Piquete da PN, de que os dois faziam parte, foi chamado para intervir contra dois indivíduos armados e em situação “muito suspeita” na zona de Tira Chapéu, na cidade da Praia.
Segundo a versão divulgada pela PN, ao aperceberem-se da presença policial, os dois suspeitos puseram-se em fuga, mas imediatamente foram perseguidos.
Resultou então disto um disparo de armas de fogo que terá atingido mortalmente o agente de primeira classe Hamilton Morais.
No dia seguinte, a Polícia Judiciária anunciou que um homem esteve nas suas instalações para diligências na sequência da morte do polícia em apreço, mas que ele foi dispensado no mesmo dia.
Numa primeira reação ao incidente, o diretor nacional da PN, Emanuel Moreno, disse que tudo indica que a morte do agente Hamilton Morais tinha resultado de um “acidente.”
“Em princípio, é um acidente, segundo consta, e vamos aguardar pelos resultados das investigações”, afirmou o superintendente-general Emanuel Moreno.
Das investigações que se seguiram a este acontecimento, que abalou o país, o Ministério Publico deduziu que se trata, na prática, em autoria material, de um crime de homicídio simples e mais outro de disparo, que recaíram sobre o agente Eliseu Sousa, de 38 anos de idade, que, desde novembro de 2020, encontrava-se a aguardar pelo julgamento em prisão preventiva.
Em abril último, o Ministério Público comunicou a acusação de mais um indivíduo no referido caso, mas este foi absolvido durante o julgamento agora concluído.
O agente Hamilton Morais, segundo a PN, era referenciado como “um profissional “exemplar, dedicado e muito querido” pelos seus colegas e amigos.
Ele estava na corporação há 16 anos, tendo desempenhado as suas funções de policial na ilha Brava e na cidade da Praia, refere-se.
-0- PANA CS/DD 29dez2020
