Agência Panafricana de Notícias

Poder santomense pede investigação contra petrolífera sueca Stena Oil

São Tomé, São Tomé e Príncipe (PANA) - O partido no poder em São Tomé e Príncipe
exigiu a criação de uma comissão parlamentar para investigar sobre os acordos assinados entre o antigo Governo do primeiro-ministro Patrice Trovoada e a empresa petrolífera sueca Stena Oil, para a comercialização de combustível na Zona Económica Exclusiva santomense.

Falando no final de um debate de urgência no Parlamento, o líder da bancada parlamentar do MLSTP-PSD (Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata), José Viegas, instou igualmente o atual primeiro-ministro a processar judicialmente a equipa de Trovoada por ter assinado com a Stena Oil acordos "lesivos aos interesses do Estado".

Trata-se de acordos que o então Governo de Patrice Trovoada assinou com a empresa sueca, nos últimos dois anos da sua governação, para desenvolver operações petrolíferas nas águas territoriais do país.

O chefe da bancada parlamentar do partido que sustenta o atual Governo do primeiro-ministro Gabriel Costa entende que Patrice Trovoada e os elementos do seu elenco devem ser criminalmente responsabilizados por faltarem à transparência na contratação, escondendo acordos e impossibilitando, por via disso, "a continuidade do Estado".

As acusações de José Viegas foram reforçadas por denúncias feitas pelo primeiro-ministro Gabriel Costa segundo as quais a sua equipa tomou conhecimento, durante negociações com proprietários de embarcações, de operações irregulares de transbordo de combustível que vinham sendo realizadas desde 2011.

Mas na semana passada, a Stena Oil também acusou o Estado santomense de estar a comportar-se como um "Estado pirata" ao vender os combustíveis que se encontravam no interior do navio Duzity Intigrity, o que teria encorajado a oposição a solicitar o debate de urgência, que veio desvendar o negócio, envolvendo o líder desta atualmente ausente do país.

O antigo primeiro-ministro Patrice Trovoa, líder do principal partido da oposição santomense, a Ação Democrática Independente (ADI), encontra-se ausente de São Tomé e Príncipe desde a queda do seu Governo em dezembro de 2012.

-0- PANA RMG/IZ 25out2013