Agência Panafricana de Notícias

Plano do CAN inalterável apesar de ataque contra selecção togolesa

Luanda- Angola (PANA) -- As autoridades angolanas anunciaram sexta-feira à noite que o "ataque terrorista" perpetrado no mesmo dia contra a selecção nacional togolesa de futebol "não afectará" a programação do Campeonato Africano das Nações (CAN 2010).
De acordo com o ministro angolano da Juventude e Desportos, Gonçalves Muandumba, os órgãos competentes do Estado estão a trabalhar para apurar as responsabilidades pelo incidente ocorrido perto da fronteira entre Angola e o Congo fazendo nove feridos.
"O ataque não afectará quer a organização quer a segurança" da competição que deve arrancar domingo na capital angolana tal como previsto, indicou Muandumba numa conferência de imprensa em Luanda.
O governante angolano explicou que o Comité Organizador do CAN Orange Angola 2010 (COCAN) já contactou a direcção da comitiva togolesa de quem obteve "compreensão e cooperação para se ultrapassar a situação, apesar do sentimento de tristeza".
Fonte da Conferação Africana de Futebol (CAF) contactada pela PANA, em Luanda, também confirmou que o calendário da prova a decorrer de 10 a 31 deste mês em quatro cidades angolanas vai ser cumprido apesar do incidente registado na província angolana de Cabinda.
A fonte admitiu que a equipa togolesa poderá ser autorizada pela CAF a substituir os jogadores que tiverem ficado muito afectados pelo ataque e sem possibilidade de recuperação imediata.
A cidade capital da província petrolífera e nortenha angolana de Cabinda, fronteriça com a República do Congo, é a sede do grupo B desta fase final da XXVII edição do CAN e do qual fazem parte as selecções do Togo, do Burkina Faso, da Côte d'Ivoire e do Gana.
Numa declaração lida pelo seu ministro da Comunicação Social, Manuel Rabelais, o Governo angolano atribuiu o ataque à Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC), uma facção separatista que luta pela independência de Cabinda e que já reivindicou a acção.
O comunicado do Governo angolano precisa que o ataque foi perpetrado às 14h25 (hora local e 13h25 GMT), no troço rodoviário entre Bicongolo e Chicucu, próximo da linha de fronteira com o Congo.
Dos nove feridos daí resultantes, oito são Togoleses e um Angolano, refere ainda a declaração governamental, indicando que o grupo que realizou a acção era proveniente do território congolês "para onde retornou após a consumação da referida acção".
No documento, o Governo condena "veementemente" este acto que qualifica de "terrorista e ignóbil" e promete redobrar de esforços para garantir a segurança para a realização do CAN 2010.
A caravana desportiva da selecção nacional do Togo deslocava-se de Ponta Negra, no Congo, onde efectuou algumas sessões de treino, para a cidade de Cabinda com vista à sua participação no CAN 2010.