Piroga naufraga na ilha cabo-verdiana de São Vicente
Praia, Cabo Verde (PANA) - Uma segunda piroga naufragou, em apenas três dias, no litoral da ilha cabo-verdiana de São Vicente, com 11 pessoas a bordo, apurou a PANA de fonte segura.
De acordo com as autoridades locais, todos ocupantes da embarcação de fabrico artesanal, de nacionalidade maliana, todas do sexo masculino, na faixa etária dos 16 aos 26 anos de idade, aparentavam estar bem de saúde.
O cenário é contrario ao de domingo último, 3 de março corrente, referente a uma outra piroga que deu à costa, com cinco sobreviventes mortos e um que faleceu no hospital.
Os migrantes desta segunda embarcação garantiram às autoridades, que eram apenas 11 pessoas que saíram da Mauritânia rumo às ilhas espanholas das Canárias.
O arquipélago de Cabo Verde tem sido pontualmente destino de embarcações à deriva com pessoas que arriscam a vida com barcos precários, em alto mar, para chegarem à Europa, fugindo da pobreza e da violência nos seus respetivos países.
Nos últimos 16 meses, registaram-se outros três casos: em novembro de 2022, uma embarcação com 66 emigrantes senegaleses deu à costa na ilha do Sal.
Em janeiro de 2023, uma piroga chegou à ilha da Boa Vista com 90 emigrantes africanos a bordo, dos quais dois mortos.
Um barco, que partiu do Senegal em julho de 2023, com 101 pessoas, foi encontrado à deriva junto à ilha do Sal, em agosto do mesmo ano, com 38 sobreviventes, assistidos e repatriados.
Em declarações à imprensa, O ministro da Administração Interna cabo-verdiano, Paulo Rocha, disse que os alarmes deviam disparar antes da morte dos emigrantes que arriscam viajar de África para as ilhas Canárias em embarcações que depois chegam a Cabo Verde à deriva.
"Agora, o que podemos fazer é comunicar" quando um barco dá à costa e dar a informação sobre os sobreviventes, referiu Paulo Rocha.
O governante comentava a situação de um barco artesanal que terá partido do continente com 65 ocupantes e que ficou um mês à deriva, aparecido domingo último com apenas quatro pessoas, no domingo, na ilha de São Vicente.
"Este assunto é debatido em todos os países do Atlântico. Todos os países estão conscientes de que existem vagas de emigração e que, neste momento, há uma vaga do continente para as ilhas Canárias (parte da Espanha, naEuropa). É daí que decorrem estes eventos de deriva, no mar, e que acabam por vir aqui parar", lamentou.
Acrescentou que, depois deste processo de completa identificação, as autoridades diplomáticas entrarão em contacto com países de origem para localizar os familiares a fim de se proceder ao repatriamento dos mesmos nos termos da lei.
-0- PANA CS/DD 07mar2024
