PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Pescador cabo-verdiano encontrado no Brasil após 54 dias à deriva no mar
Praia, Cabo Verde (PANA) – O pescador cabo-verdiano Juvenal Ferreira Mendes, 52 anos, que se encontrava à deriva no mar, desde o passado dia 03 de outubro, foi resgatado, com vida, por um navio de bandeira libanesa, a cerca de 300 km da costa brasileira, entre os Estados de Amapá e Pará, apurou a PANA de fonte bem informada.
A odisseia vivida pelo pescador do município do Tarrafal, na ilha cabo-verdiana de Santiago, foi divulgada, quinta-feira, pelo jornal brasileiro “O Globo”, que entrevistou o náufrago quando a embarcação que o socorreu atracou esta quarta-feira, no Porto de Santos, no litoral de São Paulo (Brasil).
O pescador contou que tinha ido, sozinho, pescar na ilha da Boa Vista, onde esteve durante dois dias na faina. No regresso à casa, no dia 02 de outubro, e após mais de cinco horas de viagem, ele foi surpreendido pelo mau tempo que assolou o arquipélago nessa altura do ano.
“O vento rasgou a vela e chovia muito. Eu continuava à deriva e vi que tinha saído do rumo. A gasolina acabou. Sobrevivi comendo peixe e água, quando chovia", contou o pescador ao jornal brasileiro, a quem ainda relatou que pelo menos 15 navios se aproximaram da sua embarcação de cerca de nove metros de cumprimentos e aos quais ele acenava mas ninguém o resgatou.
"Eu pensava na morte. Uma semana, duas, três semanas em alto mar, sozinho, era muito para mim", relatou Juvenal Mendes que passou o aniversário de 52 anos em alto mar, mas não tinha a noção de datas e nem do dia da semana.
Finalmente, a 18 de novembro passado, o navio “Ouro do Brasil”, de bandeira libanesa, aproximou-se do seu pequeno barco e resgatou-o.
O capitão do navio, o Alemão Uwe Hansen, conta que saiu do Porto Manatee, na Flórida, para carregar o barco com sumo de laranja no Porto de Santos.
Durante a rota, um dos tripulantes avistou o pequeno barco e alertou o capitão que chegou mais perto da embarcação e foi possível observar um homem acenando com uma espécie de vela.
O capitão conta que mandou então os tripulantes lançarem o barco de resgate e conseguiram socorrer Juvenal e resgatar os seus objetos pessoais.
O náufrago estava debilitado quando chegou no navio e recebeu todo o atendimento dos tripulantes. Além disso, o capitão, depois que teve conhecimento de que o náufrago era católico, ofereceu-lhe uma bíblia de presente.
"Foi um milagre mesmo. Estou sem palavras. Que Deus ajude esse capitão. Graças a ele estou vivo. Foi Deus que mandou aquele barco", disse Mendes.
O navio atracou no Porto de Santos na tarde da passada quarta-feira e o náufrago teve que sair da embarcação para prestar depoimento para a Capitania dos Portos como parte de um inquérito administrativo.
Antes de poder ser retornado a Cabo Verde, o náufrago ficará sob a responsabilidade da agência marítima e da Polícia Federal brasileira.
"Eu só quero ir para a minha casa, ver os meus filhos e a minha mulher. Tenho muita saudade deles", disse Juvenal Mendes ao jornal “O Globo”.
Este não é, todavia, o primeiro caso de pescadores cabo-verdianos que chegam à costa brasileira em situações quase impossíveis de sobrevivência.
Em agosto de 2004, nove pescadores cabo-verdianos dados como desaparecidos desde meados de maio nos mares do arquipélago foram resgatados por um pesqueiro chinês nas águas territoriais do Brasil.
-0- PANA CS/IZ 04dez2015
A odisseia vivida pelo pescador do município do Tarrafal, na ilha cabo-verdiana de Santiago, foi divulgada, quinta-feira, pelo jornal brasileiro “O Globo”, que entrevistou o náufrago quando a embarcação que o socorreu atracou esta quarta-feira, no Porto de Santos, no litoral de São Paulo (Brasil).
O pescador contou que tinha ido, sozinho, pescar na ilha da Boa Vista, onde esteve durante dois dias na faina. No regresso à casa, no dia 02 de outubro, e após mais de cinco horas de viagem, ele foi surpreendido pelo mau tempo que assolou o arquipélago nessa altura do ano.
“O vento rasgou a vela e chovia muito. Eu continuava à deriva e vi que tinha saído do rumo. A gasolina acabou. Sobrevivi comendo peixe e água, quando chovia", contou o pescador ao jornal brasileiro, a quem ainda relatou que pelo menos 15 navios se aproximaram da sua embarcação de cerca de nove metros de cumprimentos e aos quais ele acenava mas ninguém o resgatou.
"Eu pensava na morte. Uma semana, duas, três semanas em alto mar, sozinho, era muito para mim", relatou Juvenal Mendes que passou o aniversário de 52 anos em alto mar, mas não tinha a noção de datas e nem do dia da semana.
Finalmente, a 18 de novembro passado, o navio “Ouro do Brasil”, de bandeira libanesa, aproximou-se do seu pequeno barco e resgatou-o.
O capitão do navio, o Alemão Uwe Hansen, conta que saiu do Porto Manatee, na Flórida, para carregar o barco com sumo de laranja no Porto de Santos.
Durante a rota, um dos tripulantes avistou o pequeno barco e alertou o capitão que chegou mais perto da embarcação e foi possível observar um homem acenando com uma espécie de vela.
O capitão conta que mandou então os tripulantes lançarem o barco de resgate e conseguiram socorrer Juvenal e resgatar os seus objetos pessoais.
O náufrago estava debilitado quando chegou no navio e recebeu todo o atendimento dos tripulantes. Além disso, o capitão, depois que teve conhecimento de que o náufrago era católico, ofereceu-lhe uma bíblia de presente.
"Foi um milagre mesmo. Estou sem palavras. Que Deus ajude esse capitão. Graças a ele estou vivo. Foi Deus que mandou aquele barco", disse Mendes.
O navio atracou no Porto de Santos na tarde da passada quarta-feira e o náufrago teve que sair da embarcação para prestar depoimento para a Capitania dos Portos como parte de um inquérito administrativo.
Antes de poder ser retornado a Cabo Verde, o náufrago ficará sob a responsabilidade da agência marítima e da Polícia Federal brasileira.
"Eu só quero ir para a minha casa, ver os meus filhos e a minha mulher. Tenho muita saudade deles", disse Juvenal Mendes ao jornal “O Globo”.
Este não é, todavia, o primeiro caso de pescadores cabo-verdianos que chegam à costa brasileira em situações quase impossíveis de sobrevivência.
Em agosto de 2004, nove pescadores cabo-verdianos dados como desaparecidos desde meados de maio nos mares do arquipélago foram resgatados por um pesqueiro chinês nas águas territoriais do Brasil.
-0- PANA CS/IZ 04dez2015