Personalidades burkinabes exigem libertação de opositor Soumaila Cissé raptado no Mali
Ouagadougou, Burkina Faso (PANA) – Várias personalidades do Burkina Faso, entre empresários, funcionários internacionais, homens da imprensa, da cultura e da ciência, apelaram para a libertação do opositor maliano Soumaila Cissé, raptado a 25 de março passado, no seu país, enquanto fazia campanha eleitoral.
"Nós, amigos e simpatizantes do digno Cissé, residentes no Burkina Faso, pedimos vivamente a sua libertação rápida e solicitamos às altas autoridades, nomeadamente o Presidente do Faso, Roch Marc Christina Kaboré; o Presidente da República do Mali, Ibrahim Boubacar Keita; e sua majestade Mogho Naaba Baongo, uma forte implicação e qualquer forma de apoio”, escreveram numa tribuna.
Consideram que, desde o início da crise de segurança que atravessa o Mali, o rapto e de uma personalidade nacional desta envergadura é único e sem precedentes.
"A zona em que foi raptado Soumaila Cissé é um setor, onde operam habitualmente djihadistas filiados no Estado islâmico, fazendo assim recear legitimamente o pior a qualquer momento”, lê-se no documento.
Eleito deputado à Assembleia Nacional do Mali, chefe da oposição maliana, antigo presidente da Comissão da UEMOA, Soumaila Cissé eleito e sua delegação foram raptados por homens armados, a 25 de março de 2020, em plena campanha para as eleições legislativas, círculo eleitoral de Niafunké, na província de Tombouctou.
Durante o seu rapto, o seu guarda-costa foi morto e duas outras pessoas ficaram gravemente feridas.
Duas semanas depois do sequestro, o resto da delegação foi liberto em duas ocasiões.
Até ao momento, Soumaila Cissé, ainda refém dos seus raptores, “é esperado pela sua esposa, pelos seus filhos, pelos seus netos, pela sua família política e pelos seus amigos do Mali e além-fronteiras”, indica o texto.
"Longe dos seus entes queridos, privado de liberdade de movimento e de expressão, Soumaila Cissé está sem dúvida detido em condições difíceis e inaceitáveis, a sua saúde e a sua vida certamente expostas de maneira perigosa a riscos, e isso, há mais de um mês”, receiam os seus amigos do Burkina Faso.
-0- PANA TNDD/JSG/SOC/MAR/IZ 11maio2020