PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Peritos africanos promovem línguas no ensino em África
Nairobi, Quénia (PANA) - Peritos africanos estáo reunidos em Nairobi para promover a integração das línguas locais nos programas escolares, enquanto Governos, no continente negro, são acusados de "diabolizar" as línguas locais e de não encorajar a publicação de livros nestas línguas.
Os Governos africanos sustentam, há muito tempo, que o uso das línguas locais contribuui para a manutenção do tribalismo e favorece as divisões sociais, argumento refutado pela maioria dos peritos que o consideram como uma ideia da colonização e incutida em África com vista a promover o uso das línguas ocidentais no continente.
"É estranho que os estudos africanos não sejam considerados como científicos, simplesmente porque se baseiam numa cultura africana", disse Charles Batambuze,secretário executivo do Fundação Nacional de Livro do Uganda", durante uma reunião da Associação para o Desenvolvimento da Educação em África (ADEA).
Batambuze disse que os escritores africanos devem valorizar os dialetos do continente, poduzindo mais obras em línguas locais sobre a filosofia e outras realidades africanas, antes de serem traduzidas para outras línguas internacionais.
A ADEA, um grupo de reflexão sobre o desenvolvimento da educação, atualmente estabelecida na sede do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) em Túnis (Tunísia), iniciou esta segunda-feira esta conferência internacional, para permitir aos Governos e ao setor privado africanos debruçarem-se sobre os problemas de edição em África.
Por sua vez, David Muita, presidente da Associação dos Editores do Quénia, indicou que a ajuda da ADEA é necessária para preparar o futuro da educação em África, nomeadamente no setor da edição.
"Não remediar as necessidades da educação em África, ao financiar a ADEA com recursos africanos é um erro", considera David Muita.
Ele frisou que, "quando estrangeiros se responsabilizam pelo desenvolvimento de outros, isto significa que eles podem impor as suas ideias, em vês de sermos nós próprios a determinar prioridades".
Os peritos exortaram a ADEA a apoiar a Academia das Línguas da União Africana e encorajar a inclusão das línguas africanas nos sistemas educativos como uma prioridade nacional.
"O desafio a enfrentar consiste em conceber políticas que respondam às necessaidades comunitárias", disse Guru Redhi, presidente da Associação dos Livreiros Sul-Africanos, para quem o uso das línguas africanas só poderá vir a ser uma realidade se diversos Governos apoiarem esta iniciativa.
"Os Governos devem encorajar o pedido a procura destas línguas através de um apoio político e financeiro", disse Redhi à PANA à margem da reunião, ressaltando que países asiáticos demostraram que é possível desenvolver o setor da edição com o uso das línguas locais.
O setor sul-africano da edição estima-se em cinco biliões de rands (cerca de 606 milhões de dólares americdanos), mas a associação dos livreiros deste país peocupa-se com o recuo da cultura da leitura, duvidando da existência de um mercado que possa incitar os editores a trabalharem com as línguas locais, acrescentou.
Redhi referia-se a um estudo recente na África do Sul segundo o qual 66 porcento das crianças sul-africanas crescem sem ver um só livro sequer nas suas casas.
Consequentemente, ele indicou que "é necessaário dar-novamente às pessoas o gosto da leitura.
Na sua opinião, lendo, é possível melhorar conhecimentos, aprende-se mais sobre a sociologia, o desporto e a cultura e lembra-se facilmente dos 80 porcento do que se lê", concluiu.
-0- PANA AO/VAO/FJG/SSB/CJB/DD 3Oout2011
Os Governos africanos sustentam, há muito tempo, que o uso das línguas locais contribuui para a manutenção do tribalismo e favorece as divisões sociais, argumento refutado pela maioria dos peritos que o consideram como uma ideia da colonização e incutida em África com vista a promover o uso das línguas ocidentais no continente.
"É estranho que os estudos africanos não sejam considerados como científicos, simplesmente porque se baseiam numa cultura africana", disse Charles Batambuze,secretário executivo do Fundação Nacional de Livro do Uganda", durante uma reunião da Associação para o Desenvolvimento da Educação em África (ADEA).
Batambuze disse que os escritores africanos devem valorizar os dialetos do continente, poduzindo mais obras em línguas locais sobre a filosofia e outras realidades africanas, antes de serem traduzidas para outras línguas internacionais.
A ADEA, um grupo de reflexão sobre o desenvolvimento da educação, atualmente estabelecida na sede do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) em Túnis (Tunísia), iniciou esta segunda-feira esta conferência internacional, para permitir aos Governos e ao setor privado africanos debruçarem-se sobre os problemas de edição em África.
Por sua vez, David Muita, presidente da Associação dos Editores do Quénia, indicou que a ajuda da ADEA é necessária para preparar o futuro da educação em África, nomeadamente no setor da edição.
"Não remediar as necessidades da educação em África, ao financiar a ADEA com recursos africanos é um erro", considera David Muita.
Ele frisou que, "quando estrangeiros se responsabilizam pelo desenvolvimento de outros, isto significa que eles podem impor as suas ideias, em vês de sermos nós próprios a determinar prioridades".
Os peritos exortaram a ADEA a apoiar a Academia das Línguas da União Africana e encorajar a inclusão das línguas africanas nos sistemas educativos como uma prioridade nacional.
"O desafio a enfrentar consiste em conceber políticas que respondam às necessaidades comunitárias", disse Guru Redhi, presidente da Associação dos Livreiros Sul-Africanos, para quem o uso das línguas africanas só poderá vir a ser uma realidade se diversos Governos apoiarem esta iniciativa.
"Os Governos devem encorajar o pedido a procura destas línguas através de um apoio político e financeiro", disse Redhi à PANA à margem da reunião, ressaltando que países asiáticos demostraram que é possível desenvolver o setor da edição com o uso das línguas locais.
O setor sul-africano da edição estima-se em cinco biliões de rands (cerca de 606 milhões de dólares americdanos), mas a associação dos livreiros deste país peocupa-se com o recuo da cultura da leitura, duvidando da existência de um mercado que possa incitar os editores a trabalharem com as línguas locais, acrescentou.
Redhi referia-se a um estudo recente na África do Sul segundo o qual 66 porcento das crianças sul-africanas crescem sem ver um só livro sequer nas suas casas.
Consequentemente, ele indicou que "é necessaário dar-novamente às pessoas o gosto da leitura.
Na sua opinião, lendo, é possível melhorar conhecimentos, aprende-se mais sobre a sociologia, o desporto e a cultura e lembra-se facilmente dos 80 porcento do que se lê", concluiu.
-0- PANA AO/VAO/FJG/SSB/CJB/DD 3Oout2011