PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Perito insta Africanos a adaptar educação à resolução de conflitos
Nairobi- Quénia (PANA) -- Os países africanos devem adequar os seus sistemas de educação e ensino à resolução de conflitos com recurso aos seus valores e princípios tradicionais, declarou sexta-feira em Nairobi a Associação para o Desenvolvimento da Educação em África (ADEA).
Este apelo foi lançado na capital queniana pelo secretário executivo da ADEA, Ahlin Byll-Cataria, durante uma conferência de imprensa sobre os preparativos dum ateliê ministerial sobre "Educação para a Paz" a ter lugar de 14 a 16 deste mês na cidade turística queniana de Mombassa, no sudeste do país.
O encontro para o qual foram convidados 14 países africanos em situação de conflito ou pós-conflito é organizado conjuntamente pela ADEA e pelo Ministério queniano da Educação.
Segundo Byll-Cataria, "é urgente educarmos as nossas crianças, os jovens e os adultos a ter em conta as nossas tradições e valores quando se trata de resolver conflitos".
Lembrando que as comunidades africanas conseguiram viver juntos em paz durante séculos regendo-se pelas suas próprias normas e princípios, ele considerou ser importante explorar essa experiência e pô-la ao serviço da prevenção e resolução de conflitos.
"As comunidades africanas do passado, estabeleceram normas vinculativas para os seus diferentes grupos étnicos e sociais que ajudaram imenso na prevenção ou resolução de disputas sem o recurso às guerras", disse.
Para tal, explicou, a educação como fundamento do desenvolvimento tem de contribuir à paz e que uma das formas de lá chegar é ensinar as crianças, a juventude e os adultos "a encarar a nossa diversidade étnica, cultural e religiosa como uma riqueza e não um problema".
Na perspectiva de Byll-Cataria, a paz aqui não deve ser entendida como apenas a ausência de guerra porque, explicou, "ela está nas nossas mentes e nos nossos corações enquanto indivíduos e enquanto países".
Num dos seus exemplos, sugeriu que se deve inculcar nas crianças e nos jovens que estes não devem assumir os problemas e os rancores dos seus progenitores para com outros parentes e afins como tios, irmãos, primos e cunhados, entre outros.
Estabeleceu uma analogia com a saúde humana afirmando que o melhor momento para as pessoas cuidarem do seu estado "é quando se está de boa saúde porque quando se fica doente se torna tarde de mais".
"Quando não há conflito nos nossos países é quando devemos trabalhar para a paz e evitar que conflitos e guerras venham destruir as nossas conquistas já que não há desenvolvimento no continente e noutras partes do mundo sem a paz como fundamento da nossa sobrevivência enquanto seres humanos", disse.
A este propósito, ele recordou o pesado fardo dos conflitos armados mesmo noutras partes do mundo fora de África e citou o exemplo da guerra da Bósnia que, segundo ele, destruiu em apenas poucos meses o que as diferentes comunidades de muçulmanos, judeus e cristãos tinham desenvolvido durante mais de 700 anos.
A conferência de Mombassa deverá pôr ênfase na troca de experiências e boas práticas para ajudar a desenvolver políticas e programas de educação para a paz, refere uma nota entregue à PANA em Nairobi.
Entre os países convidados figuram Angola, Côte d'Ivoire, Congo, Libéria, Madagáscar, Moçambique, República Democrática do Congo, Ruanda, Serra Leoa e Uganda.
O encontro servirá para ajudar os países nos seus esforços para criar estratégias nacionais que permitam fazer da educação "uma poderosa agência para a promoção da coesão nacional e da coexistência pacífica".
Os organizadores consideram entretanto que depois de terem sido realizadas até agora várias conferências sobre a educação existe uma preocupação crescente de que só a organização de debates em si não é suficiente para se atingir os objectivos preconizados.
Eles defendem por isso a necessidade de se saber "até que ponto o que aprendemos nesses debates foi implementado depois de os participantes regressarem aos seus países".
A ideia, segundo eles, é evitar que depois das conferências as pessoas fiquem mais preocupadas com outras agendas uma vez regressados aos seus países, esquecendo-se de implementar as decisões tomadas.
Daí a importância de os ministros responsáveis pelo sector tomarem as suas próprias iniciativas sobre a questão, concertarem-se e decidirem os seus programas antes de a ADEA e o resto da comunidade internacional aparecerem para apoiar em aspectos práticos e na identificação de parceiros interessados por ajudar", disseByll- Cataria.
Para resolver este problema, indicou, o programa da conferência de Mombassa abarca uma sessão sobre os passos seguintes e durante a qual os participantes deverão propor algumas actividades completas a implentar a níveis nacional e regional.
Este apelo foi lançado na capital queniana pelo secretário executivo da ADEA, Ahlin Byll-Cataria, durante uma conferência de imprensa sobre os preparativos dum ateliê ministerial sobre "Educação para a Paz" a ter lugar de 14 a 16 deste mês na cidade turística queniana de Mombassa, no sudeste do país.
O encontro para o qual foram convidados 14 países africanos em situação de conflito ou pós-conflito é organizado conjuntamente pela ADEA e pelo Ministério queniano da Educação.
Segundo Byll-Cataria, "é urgente educarmos as nossas crianças, os jovens e os adultos a ter em conta as nossas tradições e valores quando se trata de resolver conflitos".
Lembrando que as comunidades africanas conseguiram viver juntos em paz durante séculos regendo-se pelas suas próprias normas e princípios, ele considerou ser importante explorar essa experiência e pô-la ao serviço da prevenção e resolução de conflitos.
"As comunidades africanas do passado, estabeleceram normas vinculativas para os seus diferentes grupos étnicos e sociais que ajudaram imenso na prevenção ou resolução de disputas sem o recurso às guerras", disse.
Para tal, explicou, a educação como fundamento do desenvolvimento tem de contribuir à paz e que uma das formas de lá chegar é ensinar as crianças, a juventude e os adultos "a encarar a nossa diversidade étnica, cultural e religiosa como uma riqueza e não um problema".
Na perspectiva de Byll-Cataria, a paz aqui não deve ser entendida como apenas a ausência de guerra porque, explicou, "ela está nas nossas mentes e nos nossos corações enquanto indivíduos e enquanto países".
Num dos seus exemplos, sugeriu que se deve inculcar nas crianças e nos jovens que estes não devem assumir os problemas e os rancores dos seus progenitores para com outros parentes e afins como tios, irmãos, primos e cunhados, entre outros.
Estabeleceu uma analogia com a saúde humana afirmando que o melhor momento para as pessoas cuidarem do seu estado "é quando se está de boa saúde porque quando se fica doente se torna tarde de mais".
"Quando não há conflito nos nossos países é quando devemos trabalhar para a paz e evitar que conflitos e guerras venham destruir as nossas conquistas já que não há desenvolvimento no continente e noutras partes do mundo sem a paz como fundamento da nossa sobrevivência enquanto seres humanos", disse.
A este propósito, ele recordou o pesado fardo dos conflitos armados mesmo noutras partes do mundo fora de África e citou o exemplo da guerra da Bósnia que, segundo ele, destruiu em apenas poucos meses o que as diferentes comunidades de muçulmanos, judeus e cristãos tinham desenvolvido durante mais de 700 anos.
A conferência de Mombassa deverá pôr ênfase na troca de experiências e boas práticas para ajudar a desenvolver políticas e programas de educação para a paz, refere uma nota entregue à PANA em Nairobi.
Entre os países convidados figuram Angola, Côte d'Ivoire, Congo, Libéria, Madagáscar, Moçambique, República Democrática do Congo, Ruanda, Serra Leoa e Uganda.
O encontro servirá para ajudar os países nos seus esforços para criar estratégias nacionais que permitam fazer da educação "uma poderosa agência para a promoção da coesão nacional e da coexistência pacífica".
Os organizadores consideram entretanto que depois de terem sido realizadas até agora várias conferências sobre a educação existe uma preocupação crescente de que só a organização de debates em si não é suficiente para se atingir os objectivos preconizados.
Eles defendem por isso a necessidade de se saber "até que ponto o que aprendemos nesses debates foi implementado depois de os participantes regressarem aos seus países".
A ideia, segundo eles, é evitar que depois das conferências as pessoas fiquem mais preocupadas com outras agendas uma vez regressados aos seus países, esquecendo-se de implementar as decisões tomadas.
Daí a importância de os ministros responsáveis pelo sector tomarem as suas próprias iniciativas sobre a questão, concertarem-se e decidirem os seus programas antes de a ADEA e o resto da comunidade internacional aparecerem para apoiar em aspectos práticos e na identificação de parceiros interessados por ajudar", disseByll- Cataria.
Para resolver este problema, indicou, o programa da conferência de Mombassa abarca uma sessão sobre os passos seguintes e durante a qual os participantes deverão propor algumas actividades completas a implentar a níveis nacional e regional.