Pena de morte nunca mais no Senegal, diz Governo
Dakar, Senegal (PANA) –O Senegal não vai restaurar a pena de morte abolida em dezembro de 2004, afirmou terça-feira, em Dakar, o secretário de Estado da Promoção dos Direitos Humanos e Boa Governança, Mamadou Saliou Sow.
"A pena de morte, não a podemos aplicar, mas o Estado fará o seu trabalho para identificar os culpados da violência e levá-los à justiça", advertiu Sow quando falava com a imprensa, à margem da cerimónia de abertura dum ateliê de partilha e analise do quadro multi-atores do acompanhamento orçamental.
Respondeu assim aos apologistas do restauro da pena de morte, defendido por uma organização islâmica, chamada de "Jamra", que propõe a organização dum referendo sobre a questão para se lutar contra o aumento da violência no país.
O assassinato duma jovem, identificada como Binta Camara, na sequência duma tentativa de violação sexual sábado último, em Tambacounda, no leste do país, abalou a opinião pública nacional e relançou o debate sobre o restauro da pena de morte.
"Somos todos humanos, eu compreendo a amargura das famílias das vítimas. Perante a violência, vamos privilegiar a prevenção", disse o secretário de Estado da Promoção dos Direitos Humanos e Boa Governação.
Desde a independência do país em 1960, a pena de morte só foi aplicada duas vezes, precisamente em 1967, contra o assassino de um político e o autor duma tentativa de assassinato do então Presidente senegalês, Leopold Sedar Senghor.
-0- PANA AAS/BEH/DIM/DD 21maio2019