Partido no poder na África do Sul critica posição de oposição sobre guerra na Ucrânia
Cidade do Cabo, África do Sul (PANA) - O Congresso Nacional Africano (ANC), partido no poder na África do Sul, criticou os partidos da oposição que condenam o Governo por se ter abstido, na recente votação das Nações Únidas, de denunciar a invasão da Rússia na Ucrânia.
O ANC reagiu desta forma depois de John Steenhuisen, líder da oposição oficial Aliança Democrática (DA), ter acusado, terça-feira, o Governo de "se esconder atrás do verniz de neutralidade para dar apoio tácito à invasão do Presidente russo, Vladimir Putin, na Ucrânia.
Ressaltou que a expansão da Rússia em África é possível devido "à monopolização de recursos pelas elites."
"Quinze nações africanas estão atualmente envolvidas em acordos nucleares financiados pela Rússia, e um número ainda maior tem contratos de segurança com a Rússia. Quando se relaciona todos estes pontos, começa a aparecer o apoio do ANC à Rússia”, denunciou.
Para Steenhuisen, o ANC, que já beneficiou da solidariedade internacional para acabar com o apartheid, está agora do lado do opressor.
"Todos os líderes globais dotados de uma consciência moral, exceto o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, condenaram a Rússia, exigindo dela para renunciar à invasão da Ucrânia, indignou-se.
Deputados de outros partidos, incluindo a Frente Freedom Plus, também criticaram Pretória (África do Sul) por não condenar o ataque.
No entanto, um deputado, Floyd Shivambu, do partido dos Combatentes para a Liberdade Económica (EFF, sigla em inglês), disse acredita que "não há nada de errado" na reação de Putin para impedir a "expansão neocolonial" da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Para uma deputada do ANC, Lindiwe Zulu, o Governo sul-africano nunca esquecerá o papel desempenhado pela Rússia na luta contra o regime do apartheid na África do Sul.
Disse acreditar que os dois países beligerantes, a Ucrânia e a Rússia, devem chegar à mesa de negociações para encontrarem uma solução de mútuo acordo.
“As negociações exigiram um compromisso e nós o fizemos para termos uma África do Sul que temos hoje. Apelamos às partes para se envolverem em negociações pacíficas. O Presidente Cyril Ramaphosa falará com o Presidente da Ucrânia. Garanto-lhes que o Presidente falará com ambas as partes", disse.
O Presidente Ramaphosa foi criticado por ter ligado apenas para Putin na semana passada.
-0- PANA CU/MA/NFB/JSG/MAR/DD 16março2022