Agência Panafricana de Notícias

Partido no poder em Cabo Verde felicita novo líder do PAIGC

Praia, Cabo Verde (PANA) - O presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, no poder), José Maria Neves, felicitou quinta-feira o novo presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, pela "grande vitória" obtida no Congresso de terça-feira última em Cacheu (noroeste da Guiné-Bissau), apurou a PANA de fonte segura.

Numa primeira reação, por telefone, à vitória eleitoral da nova liderança do maior partido político da Guiné-Bissau, o também primeiro-ministro de Cabo Verde disse esperar que, com a resolução da questão da liderança no PAIGC, “haja condições para os partidos políticos concorrerem livremente às eleições, a fim de que se forme um novo Governo e se relance a dinâmica democrática da paz, da estabilidade e do desenvolvimento na Guiné-Bissau".

Recordou que o PAIGC, no poder aquando do golpe de Estado de 12 de abril de 2012, “é o maior partido da Guiné-Bissau com projeção nacional e internacional”.

A seu ver, enquanto pilar importante da democracia no país, é importante que ele (PAIGC) tenha “uma liderança clara que possa projetar o futuro do país e contribuir para a paz, estabilidade e reconstituição do Estado de Direito democrático, bem como criar os alicerces para o desenvolvimento".

O líder do PAICV, que resultou, em 1980, da cisão do PAIGC, partido que conduziu a luta armada pela independência da Guiné-Bissau e de Cabo Verde, considera que as relações entre as duas forças políticas “são normais”.

Sublinhou que “o PAIGC e o PAICV são herdeiros do legado de Amílcar Cabral e devem contribuir para que os seus ideais sejam realizados nos dois países”.

Neste sentido, ele destacou o papel reservado às duas forças políticas nos novos desafios para o desenvolvimento dos dois países “para que os Guineenses e os Cabo-verdianos possam viver muito melhor, com mais dignidade, num ambiente de liberdade, de democracia, de progresso e de bem-estar social".

José Maria Neves desdramatizou um eventual adiamento das eleições gerais guineenses previstas para 16 de março na Guiné-Bissau, sublinhando ser “mais importante” que estejam criadas as condições para a realização das duas votações, que podem ser remarcadas para 13 de abril próximo.

Sabe-se, entretanto, que o partido maioritário no Parlamento bissau-guineense quer eleições gerais a 04 de maio próximo, contrariando assim a maioria das outras forças políticas do país que defendem a data de 13 de abril.

A posição do PAIGC foi transmitida pelo seu novo presidente, Domingos Simões Pereira, no final de uma audiência com o Presidente de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo.

Para o líder do PAIGC, só com as eleições realizadas a 04 de maio é que o Presidente de transição fará com que os prazos previstos na lei eleitoral sejam respeitados.

Inicialmente marcadas para 24 de novembro de 2013, as presidenciais e as legislativas foram adiadas para 16 de março, mas atrasos no recenseamento eleitoral vão causar um novo adiamento destes escrutínios que devem trazer de volta à Guiné-Bissau a legalidade democrática, interrompida pelo golpe de Estado militar de 12 de abril de 2012.

-0- PANA CS/DD 14fev2013