PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Partido no poder em Angola organiza manifestação contra marcha de protesto em Luanda
Luanda, Angola (PANA) – Milhares de militantes e apoiantes do MPLA mobilizaram-se este sábado na capital angolana, Luanda, para um comício político organizado por este partido no poder em Angola, visando desencorajar uma manifestação antigovernamental anunciada para 7 de março corrente, à semelhança da onda de protestos em curso no mundo árabe.
Sob a designação de « Marcha do Patriota », a contramanifestação partiu das imediações do Cemitério da Santana, em Luanda, para o Marco Histórico 4 de Fevereiro, local escolhido para albergar o comício, na zona suburbana do Cazenga, o município mais populoso da capital angolana.
Ao longo do seu percurso, os participantes foram gritando "nós queremos a paz" bem como outros slogans contra a violência, refletindo os reiterados apelos lançados nas vésperas pela direção do MPLA para encorajar os seus militantes e a população em geral a rejeitar a manifestação anunciada para segunda-feira próxima.
Numa declaração emitida sexta-feira, o Bureau Político do MPLA denunciou a manifestação de 7 de março como uma iniciativa de « indivíduos de má-fe apoiados por círculos internacionais para perturbar o processo democrático e retardar os esforços em curso para a melhoria da qualidade de vida do povo angolano ».
No entender do MPLA, o objetivo de tal manifestação preparada por « grupos nacionais » com o apoio de presumíveis círculos do Ocidente é « realizar atos hostis contra as instituições da República de Angola e o seu Presidente, José Eduardo dos Santos ».
Por isso, o MPLA exortou os seus militantes, simpatizantes e amigos a não responderem "a qualquer tipo de provocações" e a "recorrerem, sempre que necessário, às instituições competentes do Estado para que se respeite a lei e se reponha o ordem e a tranquilidade públicas ».
Mas antes da divulgação desse comunicado, alguns líderes de partidos políticos da oposição e da sociedade civil endereçaram uma carta aberta ao Presidente José Eduardo dos Santos a confirmarem a sua participação na aludida manifestação, enumerando os « interesses sociais » que, a seu ver, motivam uma iniciativa do género.
Por seu turno, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), o maior partido da oposição, distanciou-se desta postura dos demais opositores por considerar que a referida manifestação « não tem credibilidade ».
Pelo contrário, sugere a UNITA, trata-se de « mais um artifício » do próprio partido no poder visando criar pretextos para o linchamento ou a eliminação dos opositores políticos.
« Esta iniciativa não tem bases em que se apoie, porque os seus organizadores não se identificam », indicou o presidente da UNITA, Isaías Samakuva, numa declaração lida durante uma conferência de imprensa organizada sexta-feira na capital portuguesa, Lisboa.
Segundo Samakuva, o regime do Presidente José Eduardo dos Santos está a preparar, para os próximos dias, « um cenário de confusão » que conduza ao "assassinato seletivo de adversários políticos".
Entretanto, os promotores da iniciativa, que está a ser anunciada nas redes sociais, através de mensagens telefónicas SMS e em vários sítios da Internet, defendem que o seu objetivo principal é exigir a saída do Presidente José Eduardo dos Santos que acusam de "implementar a cultura do medo no povo e manter-nos calados sob pena de perder o emprego, as oportunidades ou a própria vida".
"Durante estes longos (32) anos, José Eduardo dos Santos construiu uma verdadeira ditadura onde as manifestações são proibidas, onde a imprensa tem limites e onde se mata mesmo para encobrir interesses de uma elite que se diz instruída, visionária e dona da verdade", lê-se num manifesto posto a circular na Internet por um grupo de jovens que reivindica a paternidade do projeto.
-0- PANA IZ 05matrço2011
Sob a designação de « Marcha do Patriota », a contramanifestação partiu das imediações do Cemitério da Santana, em Luanda, para o Marco Histórico 4 de Fevereiro, local escolhido para albergar o comício, na zona suburbana do Cazenga, o município mais populoso da capital angolana.
Ao longo do seu percurso, os participantes foram gritando "nós queremos a paz" bem como outros slogans contra a violência, refletindo os reiterados apelos lançados nas vésperas pela direção do MPLA para encorajar os seus militantes e a população em geral a rejeitar a manifestação anunciada para segunda-feira próxima.
Numa declaração emitida sexta-feira, o Bureau Político do MPLA denunciou a manifestação de 7 de março como uma iniciativa de « indivíduos de má-fe apoiados por círculos internacionais para perturbar o processo democrático e retardar os esforços em curso para a melhoria da qualidade de vida do povo angolano ».
No entender do MPLA, o objetivo de tal manifestação preparada por « grupos nacionais » com o apoio de presumíveis círculos do Ocidente é « realizar atos hostis contra as instituições da República de Angola e o seu Presidente, José Eduardo dos Santos ».
Por isso, o MPLA exortou os seus militantes, simpatizantes e amigos a não responderem "a qualquer tipo de provocações" e a "recorrerem, sempre que necessário, às instituições competentes do Estado para que se respeite a lei e se reponha o ordem e a tranquilidade públicas ».
Mas antes da divulgação desse comunicado, alguns líderes de partidos políticos da oposição e da sociedade civil endereçaram uma carta aberta ao Presidente José Eduardo dos Santos a confirmarem a sua participação na aludida manifestação, enumerando os « interesses sociais » que, a seu ver, motivam uma iniciativa do género.
Por seu turno, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), o maior partido da oposição, distanciou-se desta postura dos demais opositores por considerar que a referida manifestação « não tem credibilidade ».
Pelo contrário, sugere a UNITA, trata-se de « mais um artifício » do próprio partido no poder visando criar pretextos para o linchamento ou a eliminação dos opositores políticos.
« Esta iniciativa não tem bases em que se apoie, porque os seus organizadores não se identificam », indicou o presidente da UNITA, Isaías Samakuva, numa declaração lida durante uma conferência de imprensa organizada sexta-feira na capital portuguesa, Lisboa.
Segundo Samakuva, o regime do Presidente José Eduardo dos Santos está a preparar, para os próximos dias, « um cenário de confusão » que conduza ao "assassinato seletivo de adversários políticos".
Entretanto, os promotores da iniciativa, que está a ser anunciada nas redes sociais, através de mensagens telefónicas SMS e em vários sítios da Internet, defendem que o seu objetivo principal é exigir a saída do Presidente José Eduardo dos Santos que acusam de "implementar a cultura do medo no povo e manter-nos calados sob pena de perder o emprego, as oportunidades ou a própria vida".
"Durante estes longos (32) anos, José Eduardo dos Santos construiu uma verdadeira ditadura onde as manifestações são proibidas, onde a imprensa tem limites e onde se mata mesmo para encobrir interesses de uma elite que se diz instruída, visionária e dona da verdade", lê-se num manifesto posto a circular na Internet por um grupo de jovens que reivindica a paternidade do projeto.
-0- PANA IZ 05matrço2011