Partido no poder contra adiamento de eleições no Burkina Faso
Ouagadougou, Burkina Faso (PANA) - O Movimento Popular para o Progresso (MPP), partido no poder no Burkina Faso, defendeu que as eleições presidenciais e legislativas, no país, devem ser realizadas como previsto, a 22 de novembro próximo, "apesar do terrorismo".
"O MPP reafirma solenemente que a agenda eleitoral nacional deve ser escrupulosamente respeitada e, consequentemente, as eleições devem decorrer, a 22 de novembro próximo", declarou o presidente do MPP, Simon Compaoré durante um briefing com a imprensa.
Denunciou "gesticulações mediáticas" de alguns atores políticos, alegando a ameaça terrorista e a crise sanitária da covid-19, para exigir o adiamento das eleições.
"Certamente, enfrentamos estes dois grandes desafios, mas não podemos correr o risco de mergulhar o nosso país num vazio jurídico e expô-lo a todos os erros possíveis. Isso é inaceitável", disse o presidente do MPP.
Para Compaoré, organizar eleições nas datas prescritas "é reafirmar a soberania" do Burkina Faso, em todo o território nacional, e dar carta branca aos novos eleitos para continuar o combate salvador contra o terrorismo e a covid-19.
Lembrou que a Constituição estipula que os mandatos eleitorais são válidos por cinco anos, no final dos quais é imperativo convocar o eleitorado para que possa exprimir a sua escolha novamente por sufrágio universal.
"É um princípio democrático que o MPP não derrogará", argumentou, precisando que o Governo se esforça por criar condições de segurança máxima para que os Burkinabes possam exercer seu direito cívico, a 22 de novembro de 2020.
"Certamente, as restrições de segurança e saúde são reais. No entanto, não devemos perder de vista a crise institucional que o nosso país pode enfrentar devido a qualquer bloqueio no processo eleitoral", alertou.
Desde 2015, o Burkina Faso é visado por ataques terroristas que já fizeram várias centenas de mortos (militares e civis) e milhares de deslocados.
-0- PANA TNDD/JSG/SOC/MAR/IZ 12junho2020