Agência Panafricana de Notícias

Partido maliano insta Junta guineense a resistir à pressão da UA

Bamako- Mali (PANA) -- O partido maliano da Solidariedade Africana para a Democracia e Independência (SADI, oposição), instou, quarta- feira, a Junta militar actualmente no poder na Guiné-Conakry a "não ceder a nenhuma pressão da União Africana (UA), da União Europeia (UE), nem de nenhuma força imperialista venha onde vier".
Num comunicado publicado em Bamako, a SADI apela para a "vigilância popular de todos os panafricanistas" e à sua unidade de acção para libertar a África da sujeição das políticas neoliberais "assassinas para as nossas economias e nossas sociedades".
"O desenvolvimento e a independência dos países africanos devem obrigatoriamente passar por mudanças radicais nas escolhas políticas, económicas, sociais e ambientais", refere a nota da SADI.
A SADI diz ainda esperar que os compromissos assumidos pela Junta que se autoproclamou de "Conselho Nacional para o Desenvolvimento e Democracia (CNDD)", inscrevem-se no âmbito das "escolhas de políticas económicas e sociais a favor do povo guineense que sofreu décadas de miséria, de pandemónios, de venda ao desbarato dos recursos mineiros e de corrupção".
O partido SADI diz-se convencido de que os "actos patrióticos" do CNDD vão marcar o ponto de partida de uma nova orientação política que vai restabelecer o povo da Guiné-Conakry na sua dignidade conquistada por luta árdua e simbolizada pelo referendo histórico de 1958.
Apoiando o compromisso do CNDD de renogociar os contratos mineiros e castigar diante do povo os que desviaram fundos públicos, o SADI convida-o a levar o tempo necessário para organizar eleições livres e transparentes em acordo com todas as forças políticas, sociais e sindicais do país.
SADI é uma formação política dirigida por Oumar Mariko, um antigo líder estudantil cujo movimento, a Associação dos Alunos e Estudantes do Mali (AEEM) levou, com vários outras organizações da sociedade civil e o Exército, à queda do general Moussa Traoré em 1991.
O CNDD é uma Junta dirigida pelo capitão Moussa Dadis Camará que tomou o poder na Guiné-Conakry após a morte por doença do Presidente Lansana Conté.