PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Partido derrotado nas eleições preocupado com "elevadíssima abstenção" em Cabo Verde
Praia,Cabo Verde (PANA) - A presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), que saiu derrotado das legislativas de 20 de março passado, manifestou preocupação com a "elevadíssima abstenção" que atingiu os 34,2 porcento no escrutínio que ditou o afastamento do poder da formação política que governa o arquipélago nos últimos 15 anos.
Sem atribuir diretamente a derrota do PAICV, que tinha conseguido três vitórias consecutivas nas eleições realizadas em 2001, 2006 e 2011, Janira Hopffer Almada coonsiderou que o facto de 118 mil Cabo-verdianos não terem votado "deve interpelar a classe política".
"Porque é que 118 mil Cabo-verdianos não se reviram em nenhuma das propostas e se não identificaram com nenhum partido? É um grande desafio para a classe política", disse a agora líder da oposição.
Ela falava na sequência de uma reunião do Conselho Nacional do PAICV realizada no último fim de semana, na capital cabo-verdiana, Praia, para analisar os resultados das eleições legislativas de 20 de março.
Para Janira Hopffer Alamada, é preciso assumir esse desafio "para iniciar uma nova fase de maior proximidade e de grande diálogo com o eleitorado e com a sociedade" para que haja menos abstenção e mais participação cívica.
"Para que todos se possam identificar com alguma proposta, alguma força política e, desta forma, poderem também, através do seu voto, ajudar na definição do futuro do país", enfatizou.
Sobre as eventuais causas da derrota do seu partido, a líder do PAICV reconheceu que o Governo liderado pelo primeiro-ministro cessante, José Maria Neves, dadas as expetativas dos Cabo-verdianos, “talvez não tenha conseguido satisfazer todas elas”.
Tudo isso, disse, apesar de Cabo Verde ter mudado muito desde 2001, ano em que o PAICV conquistou o primeiro de três mandatos, com a construção de obras e os investimentos realizados para o desenvolvimento do país.
“Temos de reconhecer, com toda a humildade, que Cabo Verde mudou muito de 2001 a esta parte. Penso que todos os Cabo-verdianos reconhecem isso. Houve muitas obras, houve muitos ganhos, mas também não podemos deixar de assumir que, efetivamente, houve muita expetativa dos Cabo-verdianos que nós, talvez, não tenhamos conseguido satisfazer”.
Segundo ela, as ambições são cada vez maiores, os sonhos são hoje de facto mais profundos, "decorrente também do próprio processo de desenvolvimento do país”.
Janira Hopffer Almada, a primeira mulher a liderar um partido político em Cabo Verde, assinalou que, apesar da derrota, 86 mil Cabo-verdianos acreditaram no projeto do PAICV e valorizaram as ideias que foram apresentadas.
No seu entender, é necessário, por isso, assumir a oposição com dignidade e responsabilidade, sublinhando que, "enquanto líder do PAICV farei tudo para que sejamos uma oposição construtiva, mas sobretudo uma oposição que coloque Cabo Verde em primeiro lugar".
"Não pretendo liderar uma oposição que tenha por missão vetar as propostas da maioria. Queremos criar as condições para que todas as promessas ou compromissos sejam efetivamente realizados", acrescentou.
A responsável garantiu ainda que o PAICV estará no Parlamento para fiscalizar o cumprimento dos compromissos assumidos pelo futuro primeiro-ministro, "alguns dos quais terão necessariamente que começar a respetiva implementação ainda no ano de 2016".
O Movimento para a Democracia (MpD), desde 2001 na oposição, ganhou as eleições de 20 de março com maioria absoluta, conquistando 40 dos 72 lugares no Parlamento.
Por seu turno, o PAICV ficou-se pelos 29 deputados, e a União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID) passou de dois para três assentos na nova legislatura.
-0- PANA CS/IZ 11abril2016
Sem atribuir diretamente a derrota do PAICV, que tinha conseguido três vitórias consecutivas nas eleições realizadas em 2001, 2006 e 2011, Janira Hopffer Almada coonsiderou que o facto de 118 mil Cabo-verdianos não terem votado "deve interpelar a classe política".
"Porque é que 118 mil Cabo-verdianos não se reviram em nenhuma das propostas e se não identificaram com nenhum partido? É um grande desafio para a classe política", disse a agora líder da oposição.
Ela falava na sequência de uma reunião do Conselho Nacional do PAICV realizada no último fim de semana, na capital cabo-verdiana, Praia, para analisar os resultados das eleições legislativas de 20 de março.
Para Janira Hopffer Alamada, é preciso assumir esse desafio "para iniciar uma nova fase de maior proximidade e de grande diálogo com o eleitorado e com a sociedade" para que haja menos abstenção e mais participação cívica.
"Para que todos se possam identificar com alguma proposta, alguma força política e, desta forma, poderem também, através do seu voto, ajudar na definição do futuro do país", enfatizou.
Sobre as eventuais causas da derrota do seu partido, a líder do PAICV reconheceu que o Governo liderado pelo primeiro-ministro cessante, José Maria Neves, dadas as expetativas dos Cabo-verdianos, “talvez não tenha conseguido satisfazer todas elas”.
Tudo isso, disse, apesar de Cabo Verde ter mudado muito desde 2001, ano em que o PAICV conquistou o primeiro de três mandatos, com a construção de obras e os investimentos realizados para o desenvolvimento do país.
“Temos de reconhecer, com toda a humildade, que Cabo Verde mudou muito de 2001 a esta parte. Penso que todos os Cabo-verdianos reconhecem isso. Houve muitas obras, houve muitos ganhos, mas também não podemos deixar de assumir que, efetivamente, houve muita expetativa dos Cabo-verdianos que nós, talvez, não tenhamos conseguido satisfazer”.
Segundo ela, as ambições são cada vez maiores, os sonhos são hoje de facto mais profundos, "decorrente também do próprio processo de desenvolvimento do país”.
Janira Hopffer Almada, a primeira mulher a liderar um partido político em Cabo Verde, assinalou que, apesar da derrota, 86 mil Cabo-verdianos acreditaram no projeto do PAICV e valorizaram as ideias que foram apresentadas.
No seu entender, é necessário, por isso, assumir a oposição com dignidade e responsabilidade, sublinhando que, "enquanto líder do PAICV farei tudo para que sejamos uma oposição construtiva, mas sobretudo uma oposição que coloque Cabo Verde em primeiro lugar".
"Não pretendo liderar uma oposição que tenha por missão vetar as propostas da maioria. Queremos criar as condições para que todas as promessas ou compromissos sejam efetivamente realizados", acrescentou.
A responsável garantiu ainda que o PAICV estará no Parlamento para fiscalizar o cumprimento dos compromissos assumidos pelo futuro primeiro-ministro, "alguns dos quais terão necessariamente que começar a respetiva implementação ainda no ano de 2016".
O Movimento para a Democracia (MpD), desde 2001 na oposição, ganhou as eleições de 20 de março com maioria absoluta, conquistando 40 dos 72 lugares no Parlamento.
Por seu turno, o PAICV ficou-se pelos 29 deputados, e a União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID) passou de dois para três assentos na nova legislatura.
-0- PANA CS/IZ 11abril2016