Agência Panafricana de Notícias

Partido de oposição denuncia práticas do candidato Abdel Aziz na Mauritânia

Nouakchott- Mauritânia (PANA) -- Diversos membros do conselho de direcção da campanha do candidato da Frente Nacional para a Defesa da Democracia (FNDD), Messaoud Ould Boulkheir, presidente da Assembleia Nacional mauritana, denunciaram, quarta-feira, "as práticas e declarações" do general Mohamed Ould Abdel Aziz, candidato da União para a República (UPR), e ex-chefe da junta no poder, à eleição presidencial.
Durante uma conferência de imprensa em Nouakchott, Yahya Ould Sid'El Mustaph, director nacional de campanha de Messaoud Ould Boukheir, acusou nomeadamente o chefe da ex-junta de preparar um terceiro golpe militar com base num anuncio por ele feito durante um comício decorrido terça-feira última na cidade de Atar, a 500 quilómetros ao norte de Nouakchott.
Mustaph citou igualmente outros pronunciamentos do candidato Mohamed Ould Abdel Aziz durante um outro comício eleitoral na cidade de Aioun El Atrouss, a 800 quilómetros ao leste de Nouakchott, minimizando o impacto do Acordo-Quadro de Dakar (assinado a 4 de Junho último no Senegal) para um regresso inclusivo à ordem constitucional, qualificando-o de "concessão" feita à comunidade interncaional que não muda nada no reinado do Exército.
Ele denunciou igualmente a distribuição de várias dezenas de milhões aos hospitais do país pelo candidato Mohamed Ould Abdel Aziz como "um operação de compra das consciências e chantagem", duvidando da origem dos montantes tão avultados que não podem vir do tratamento salarial de um oficial militar.
A FNDD acusou igualmente os partidários do candidato e antigo chede da junta de preparar uma fraude em grande escala como paliativo à série de desistências registadas actualmente no campo do ex-chefe da junta autor do golpe de Estado de 6 de Agosto de 2008 que derrubou o então Presidente democraticamente eleito, Sidi Mohamed Ould Cheikh Abdallahi.
Por sua vez, o deputado Mustapha Ould Bedredine avisou o general (Adel Aziz) de qualquer nova tentativa de golpe de Estado, pois, sublinhou, a terceira vez não passará e terá consequências dramáticas.
Finalmente, os dois responsáveis da FNDD manifestaram a sua confiança nas Forças Armadas, no Serviço da República e não num oficial demissionário.
Prometeram por outro lado colaborar com o general Aziz se vencerem a eleição presidencial de 18 de Julho corrente e felicitá-lo se perder num voto regular e transparente.