Partido da oposição são-tomense renuncia ao seu mandato de três anos
São Tomé, São Tomé e Príncipe (PANA) - A Ação Democrática Independente (ADI), maior partido da oposição são-tomense, renunciou ao mandato de três anos para o qual tinha sido eleito, em maio de 2019.
A decisão vem expressa num comunicado assinado por Ekeneide dos Santos vice-presidente da ADI, saído do congresso eletivo de maio de 2019.
“A direção do partido eleito no congresso realizado no dia 25 de maio de 2019 vem, de forma pública e inequívoca, renunciar ao mandato recebido dos militantes para liderar o partido por um período de 3 anos”, lê-se na nota.
A direção eleita devolve à comissão política da ADI os poderes estatutários para, se assim entender, prosseguir com a missão de preparação e realização, logo que seja oportuno um novo congresso eletivo, segundo o mesmo documento.
A direção do partido, liderado por Agostinho Fernandes, ex-ministro das Finanças e Economia Azul, do então décimo sexto Governo liderado por Patrice Trovoada, descreve, na nota, que a situação atual” é propensa e remete a uma indefinição da liderança do partido, fragilizando a sua imagem.”
Depois das eleições de outubro de 2018, em que ADI conseguiu a maioria simples (25 deputados), o partido mergulhou-se numa crise interna devido a uma disputa de liderança, entre a ala de Agostinho Fernandes e a do filho do ex-Presidente são-tomense Miguel Trovoada, que acabara, mais tarde, eleito presidente do partido, sem que o tribunal constitucional reconhecesse a sua legitimidade.
O comunicado explica que o próximo congresso eletivo ainda não tem uma data prevista” devido à pandemia da covid-19 (coronavírus), e que foi criada uma comissão para preparar o congresso.
O maior partido da oposição são-tomense anunciou a restruturação profunda e a união, em previsão dos próximos embates eleitorais, com vista a definir o seu candidato às próximas eleições presidências em 2021.
-0- PANA RMG/DD 10julho2020