Agência Panafricana de Notícias

Partido da oposição favorável a adiamento de eleições na Mauritânia

Nouakchott, Mauritânia (PANA) – A Aliança Popular Progressita (APP), um partido da oposição moderada, é favorável ao adiamento das eleições legislativas e autárquicas, previstas na Mauritânia para 23 de novembro e 07 de dezembro próximos, para uma prévia auditoria do registo civil e do ficheiro eleitoral, segundo uma fonte desta formação.

O partido de Messaoud Ould Boulkheir, opositor histórico e presidente da Assembleia Nacional, que tentou várias vezes restabelecer o diálogo entre o poder e a oposição radical, ressalta que centenas de milhares de Mauritanos no interior e no estrangeiro, oriundos da classe negro-africana, continuam excluídos da operação de inscrição visanto dotar o país de um registo biométrico, lançada em maio de 2011.

A fonte da APP cita como exemplo a circunscrição eleitoral de Selybabi (sudoeste), a mais povoada do país com 140 mil habitantes, que conta quatro deputados na Assembleia Nacional e que se encontra com apenas 40 mil inscritos no termo do Censo Administrativo com Vocação Eleitoral (RAVEL) efetuado de julho a outubro de 2013.

O dirigente da APP lamenta também a quase ausência das equipas da operação de alistamento do espaço da África Negra onde vivem várias centenas de milhares de Mauritanos, com apenas um escritório implantado na Gâmbia.

Ele indica igualmente as dificuldades encontradas pelos Mauritanos residentes na Europa, aos quais é exigido cartão de residência para se registar, tendo como consequência a perda da nacionalidade para os migrantes clandestinos.

Por outro lado, este responsável acha que um adiamento destas eleições vai permitir "estabelecer um diálogo inclusivo com vista à participação de todos os partidos políticos".

Dez formações, agrupadas no seio de uma Coordenação da Oposição Democráta (COD), decidiram boicotar as eleições legislativas e autárquicas por "ausência de garantias de transparência".

As eleições foram adiadas várias vezes desde novembro de 2011 devido à falhas ligadas ao registo civil e à ausência de consenso político.

-0- PANA SAS/JSG/CJB/TON 29out2013