PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Parteiras deploram condições de trabalho em Marrocos
Rabat, Marrocos (PANA) – As parteiras em Marrocos consideram deploráveis as suas condições de trabalho num país em que o número destas profissionais da saúde registou um aumento notável, passando de mil 400 em 2008 para cerca de três mil atualmente, para uma população estimada em cerca de 32 milhões de habitantes.
No entanto, o Ministério da Saúde bem como os atores da sociedade civil não parecem atribuir a esta profissão e às que a exercem a importância que ela exige.
Parteira em chefe num Centro de Parto em Rabat, Fatima deplora as condições de exercício desta profissão numa entrevista à PANA.
Entre os numerosos problemas que enfrentam as parteiras, ela cita primeiro « uma remuneração aquém dos esforços envidados durante todo o dia », pois, explicou, uma parteira pode trabalhar às vezes de 12 a 24 horas em Marrocos.
Existem depois, segundo ela, a não disponiblização de ambulâncias nos Centros de Parto e a ausência de ginecologistas cuja intervenção é necessária em caso de complicação do parto.
Além do défice manifesto em recursos humanos qualificados e em matéria de segurança dos Centros de Parto, Fatima evoca igualmente a necessidade de garantir com urgência uma formação das parteiras sobre as técnicas da ecografia a fim de que elas possam desempenhar plenamente o seu papel, primordial na salvaguarda da vida das mães e das crianças.
Com 132 mortes por 100 mil nascimentos, Marrocos enfrenta o grande desafio de um número elevado de mulheres que dão à luz fora de qualquer controlo médico, nomeadamente nas zonas rurais.
Segundo a ministra marroquina da Saúde, Yasmine Baddou, o seu departamento fixou um objetivo para 2012 que consiste em ver 500 mil nascimentos feitos num clima eficazmente assistido, a longo prazo, um programa nacional visando reduzir a mortalidade materna para 50 porcento por 100 mil nascimentos.
Baddou, que respondia recentemente às questões dos deputados, sublinhou igualmente que serão ministrados programas de formação suplementar de parteiras, e lembrou que, desde 2007, apenas 700 parteiras foram nomeadas bem como 63 obstétricos.
Segundo um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), divulgado em 2009, Marrocos ocupava nessa altura a 81ª posição à escala internacional em termos de mortes das crianças menores de cinco anos de idade, ou seja 34 casos por mil em 2007 e 26 porcento dos casos de parto no país realizam-se fora de qualquer controlo das parteiras e dos médicos.
Por outro lado, Fatima lembra que, antes, a profissão de parteira era praticada por mulheres idosas que conseguiram aprender várias técnicas deste trabalho, ao passo que atualmente as postulantes são obrigadas a ser titulares dum diploma de fim de estudos secundários e a seguir uma formação de três anos antes de se qualificarem para exercer a profissão.
Fatima afirma que é uma « debilidade » por parte das autoridades sanitárias exigir que as parteiras recém-formadas tenham de testar os seus conhecimentos na zona rural, quando elas teriam muito mais a aprender nas cidades onde os Centros de Parto possuem competências suscetíveis de aprofundar os seus conhecimentos.
Apesar disso, ela diz acreditar que as parteiras na zona rual são « mais mimadas » pelas autoridades sanitárias e melhor apoiadas pelas associações da sociedade civil do que as suas colegas das cidades e dos centros urbanos, pensa Fatima.
-0- PANA HBK/JSG/FK/IZ 21junho2011
No entanto, o Ministério da Saúde bem como os atores da sociedade civil não parecem atribuir a esta profissão e às que a exercem a importância que ela exige.
Parteira em chefe num Centro de Parto em Rabat, Fatima deplora as condições de exercício desta profissão numa entrevista à PANA.
Entre os numerosos problemas que enfrentam as parteiras, ela cita primeiro « uma remuneração aquém dos esforços envidados durante todo o dia », pois, explicou, uma parteira pode trabalhar às vezes de 12 a 24 horas em Marrocos.
Existem depois, segundo ela, a não disponiblização de ambulâncias nos Centros de Parto e a ausência de ginecologistas cuja intervenção é necessária em caso de complicação do parto.
Além do défice manifesto em recursos humanos qualificados e em matéria de segurança dos Centros de Parto, Fatima evoca igualmente a necessidade de garantir com urgência uma formação das parteiras sobre as técnicas da ecografia a fim de que elas possam desempenhar plenamente o seu papel, primordial na salvaguarda da vida das mães e das crianças.
Com 132 mortes por 100 mil nascimentos, Marrocos enfrenta o grande desafio de um número elevado de mulheres que dão à luz fora de qualquer controlo médico, nomeadamente nas zonas rurais.
Segundo a ministra marroquina da Saúde, Yasmine Baddou, o seu departamento fixou um objetivo para 2012 que consiste em ver 500 mil nascimentos feitos num clima eficazmente assistido, a longo prazo, um programa nacional visando reduzir a mortalidade materna para 50 porcento por 100 mil nascimentos.
Baddou, que respondia recentemente às questões dos deputados, sublinhou igualmente que serão ministrados programas de formação suplementar de parteiras, e lembrou que, desde 2007, apenas 700 parteiras foram nomeadas bem como 63 obstétricos.
Segundo um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), divulgado em 2009, Marrocos ocupava nessa altura a 81ª posição à escala internacional em termos de mortes das crianças menores de cinco anos de idade, ou seja 34 casos por mil em 2007 e 26 porcento dos casos de parto no país realizam-se fora de qualquer controlo das parteiras e dos médicos.
Por outro lado, Fatima lembra que, antes, a profissão de parteira era praticada por mulheres idosas que conseguiram aprender várias técnicas deste trabalho, ao passo que atualmente as postulantes são obrigadas a ser titulares dum diploma de fim de estudos secundários e a seguir uma formação de três anos antes de se qualificarem para exercer a profissão.
Fatima afirma que é uma « debilidade » por parte das autoridades sanitárias exigir que as parteiras recém-formadas tenham de testar os seus conhecimentos na zona rural, quando elas teriam muito mais a aprender nas cidades onde os Centros de Parto possuem competências suscetíveis de aprofundar os seus conhecimentos.
Apesar disso, ela diz acreditar que as parteiras na zona rual são « mais mimadas » pelas autoridades sanitárias e melhor apoiadas pelas associações da sociedade civil do que as suas colegas das cidades e dos centros urbanos, pensa Fatima.
-0- PANA HBK/JSG/FK/IZ 21junho2011