Agência Panafricana de Notícias

Parlamento sul-africano interpela Presidente Zuma sobre caso al-Bashir

Cidade de Cabo, África do Sul (PANA) - O Presidente sul-africano, Jacob Zuma, reafirmou quinta-feira a posição do seu Governo de que este não tinha nenhum papel a desempenhar para a detenção do Presidente sudanês, Omar al-Bashir quando visitou a África do Sul para a última cimeira da União Africana (UA).

Omar al-Bashir, perseguido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), suscitou uma tempestade ao participar na cimeira organizada em Sandton, em julho passado, antes de deixar subitamente o país depois da emissão dum mandado de captura do TPI exigindo a sua detenção.

Respondendo a questões na Assembleia Nacional, o Presidente Zuma reafirmou que al-Bashir era um convidado da União Africana e não do Governo sul-africano.

Zuma assumiu esta posição depois de o líder da Aliança Demcorática (DA, principal oposição), Mmusi Maimane, lembrar-lhe que ele afirmara em 2010 no Parlamento que iria respeitar o mandado de captura emitido pelo TPI e fazer deter al-Bashir.

"Disse que a África do Sul respeita o Direito Internacional e que é certamente signatário e vai submeter-se à lei. O que é que mudou recentemente entre 2010 e hoje para explicar uma derrogação de uma ordem do Tribunal Supremo visando deter al-Bashir? O vosso Governo permitiu-lhe deixar a África do Sul", acusou Maimane.

Enquanto isso, Julius Malema, o líder dos Combatentes para a Liberdade Económica, apoia a decisão do Governo de deixar partir o Presidente al-Bashir.

"Estou feliz que não o detiveram. Não vamos aceitar a detenção dum líder africano na África do Sul para polarizar África. Contudo não estou de acordo com a violação duma decisão judicial", declarou Malema a Zuma.

-0- PANA CU/VAO/ASA/TBM/SOC/MAR/IZ 07ago2015