Parlamentares africanos pedem em Cabo Verde recursos para eliminar tuberculose até 2030
Praia, Cabo Verde (PANA) - Parlamentares africanos pediram esta quarta-feira, na cidade da Praia, em Cabo Verde, o aumento dos orçamentos dos Estados na área da saúde para combater as causas e eliminar a tuberculose do continente até 2030.
Os parlamentares africanos participam, esta semana, na capital cabo-verdiana, numa reunião descentralizada do Parlamento Pan-Africano (PPA) e na III cimeira africana sobre a Tuberculose.
Falando na abertura do encontro, o presidente da Comissão de Saúde, Trabalho e Assuntos Sociais do PPA, Estephen Mule, disse ser “um sonho” erradicar a tuberculose do continente, até 2030, mas para isso defendeu ser necessária a intervenção de todos.
O deputado da Zâmbia referiu que a tuberculose é uma das 10 doenças que mais pessoas matam, em todo o mundo, com cerca de um milhão e 600 mil anualmente.
A sessão foi aberta pelo presidente da Assembleia Nacional (Parlamento) de Cabo Verde, Jorge Santos, em substituição do Presidente da República, que reconheceu que, apesar de África já ter feito progressos consideráveis no combate à tuberculose, à semelhança do resto do mundo, "ainda não tem investido o suficiente para a eliminação das causas da doença”.
“Já não é momento para grandes discursos, é momento para ação, de traduzir essa vontade política em orçamento do Estado”, para financiar a saúde pública, pediu o chefe da casa parlamentar cabo-verdiana.
Entre as causas da doença, Jorge Santos apontou a pobreza, a má nutrição, habitação insalubre, falta de saneamento básico e de saúde materno infantil, bem como o aumento das catástrofes naturais, como a seca.
A reunião conta com a presença da cerca de 30 membros do Grupo Parlamentar Africano e da plataforma do Parlamento Pan-Africano para debater sobre a tuberculose, doença responsável por quase 40 por cento das mortes a nível mundial.
O encontro, que acontece no quadro da reunião conjunta das comissões do Parlamento Pan-Africano, recomendou ainda a criação de grupos parlamentares para a tuberculose em todos os parlamentos africanos.
Segundo a deputada cabo-verdiana e presidente da Comissão de Género, Família, Juventude e Pessoas com Deficiência do PPA, Lúcia Passos, a ideia é criar um grupo que integre os países africanos de língua portuguesa e depois um grupo maior, incluindo Portugal, Brasil e Timor-Leste.
“A ideia é ter um grupo africano e um grupo da CPLP para podermos trabalhar em conjunto, influenciar os governos em termos de aumento do orçamento para esta causa. Queremos que os países a nível do orçamento da saúde atinjam 15 por cento do PIB (Produto Interno Bruto). Portanto esta é recomendação da OMS”, sustentou Lúcia Passos.
-0- PANA CS/IZ 08ago2019