PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Parente de ex-chefe de Boko Haram abatido por avistar-se com antigo Presidente nigeriano
Lagos, Nigéria (PANA) – Esforços para lançar negociações de paz entre o Governo nigeriano e a violenta seita islamita Boko Haram fracassaram depois de o cunhado do fundador da seita ser assassinado sábado, dois dias após ter-se encontrado com o ex-Presidente Olusegun Obasanjo.
A imprensa local revelou domingo que Babakura Fugu, cunhado de Mohamed Yusuf, chefe de Boko Haram, foi abatido na sua resisdência de Railway Quaters em Maiduguri, a capital do Estado de Borno (norte do país), bastião da seita, onde ele se reuniu com Obasanjo quinta-feira, com vista a uma tentativa de negociações para pôr termo à série de atentados mortíferos de Boko Haram.
Fugu, de 48 de idade, era igualmente o filho mais velho de Alahaji Baba Fugu, sogro de Mohamed Yusuf, que foi vítima duma execução extrajudicial em 2009.
Fugu teria declarado a Obasanjo que se congratulava com a sua visita, em particular porque era a primeira visita duma alta personalidade à família, desde o assassinato do seu patriarca.
Mas a imprensa local citou domingo fontes próximas de Boko Haram, declarando que Fugu não deveria ter falado em nome da seita, mesmo sendo parente do seu defunto líder.
Por seu turno, Obasanjo negou, em entrevista divulgada domingo, o facto de que a sua visita a Maiduguri se destinou a explorar a eventualidade de negociações de paz com Boko Haram e precisou que não era emissário do Governo federal.
« Não fui para negociar. Longe disso, a minha visita foi uma tomada de contacto. Ouvi falar de atividades de Boko Haram, mas ninguém parace saber nada sobre este grupo ou as suas queixas. Todo o mundo fala de Boko Haram. Queria inteirar-me do que se estava a passar de facto, para que possamos preconizar o que é preciso fazer”, declarou o ex-Presidente.
Contudo ele não excluiu a possibilidade de fazer recomandações ao Governo federal baseando-se no que ele obteve da sua deslocação a Maiduguri.
Enquanto isso, o laureado nigeriano do Prémio Nobe (de Literatura), Wole Soyinka, fustigou particularmente o procedimento de Obasanjo, deplorando que tenha escolhido visitar Maiduguri para se reunir com elementos de Boko Haram no dia mesmo duma cerimónia funerária das vítimas do atentado da seita contra a sede das Nações Unidas, na capital Abuja.
«Não posso explicar a dor que senti quando soube finalmente que, na altura mesmo em que este país se inclinava de tristeza e contrição diante do mundo inteiro, numa tentativa de acabar com as suas próprias falhas em algum domínio que seja, um ex-chefe de Estado deste mesmo país escolha visitar a casa daquele que, embora desaparecido, foi reconhecido como o chefe duma organização criminosa que reivindica alegremente a responsabilidade por atos ultrajantes”, declarou o escritor num comunicado distribuido em Lagos.
Wolé Soyinka qualificou a inciativa do ex-chefe de Estado de « espetáculo deplorável, tudo menos um ato passivo que cobre o país de vergonha, uma agressão, uma bofetada na face dos aflitos e feridos, incluindo os que foram desfigurados para sempre ».
"Esta iniciativa dessacraliza a memória dos desapareciodos e transforma a cerimónia de comemoração numa paródia, uma concha vazia sem germe dum sentimento de compaixão autêntica", indicou no seu comunicado.
-0- PANA SEG/FJG/SSB/MAR/IZ 18set2011
A imprensa local revelou domingo que Babakura Fugu, cunhado de Mohamed Yusuf, chefe de Boko Haram, foi abatido na sua resisdência de Railway Quaters em Maiduguri, a capital do Estado de Borno (norte do país), bastião da seita, onde ele se reuniu com Obasanjo quinta-feira, com vista a uma tentativa de negociações para pôr termo à série de atentados mortíferos de Boko Haram.
Fugu, de 48 de idade, era igualmente o filho mais velho de Alahaji Baba Fugu, sogro de Mohamed Yusuf, que foi vítima duma execução extrajudicial em 2009.
Fugu teria declarado a Obasanjo que se congratulava com a sua visita, em particular porque era a primeira visita duma alta personalidade à família, desde o assassinato do seu patriarca.
Mas a imprensa local citou domingo fontes próximas de Boko Haram, declarando que Fugu não deveria ter falado em nome da seita, mesmo sendo parente do seu defunto líder.
Por seu turno, Obasanjo negou, em entrevista divulgada domingo, o facto de que a sua visita a Maiduguri se destinou a explorar a eventualidade de negociações de paz com Boko Haram e precisou que não era emissário do Governo federal.
« Não fui para negociar. Longe disso, a minha visita foi uma tomada de contacto. Ouvi falar de atividades de Boko Haram, mas ninguém parace saber nada sobre este grupo ou as suas queixas. Todo o mundo fala de Boko Haram. Queria inteirar-me do que se estava a passar de facto, para que possamos preconizar o que é preciso fazer”, declarou o ex-Presidente.
Contudo ele não excluiu a possibilidade de fazer recomandações ao Governo federal baseando-se no que ele obteve da sua deslocação a Maiduguri.
Enquanto isso, o laureado nigeriano do Prémio Nobe (de Literatura), Wole Soyinka, fustigou particularmente o procedimento de Obasanjo, deplorando que tenha escolhido visitar Maiduguri para se reunir com elementos de Boko Haram no dia mesmo duma cerimónia funerária das vítimas do atentado da seita contra a sede das Nações Unidas, na capital Abuja.
«Não posso explicar a dor que senti quando soube finalmente que, na altura mesmo em que este país se inclinava de tristeza e contrição diante do mundo inteiro, numa tentativa de acabar com as suas próprias falhas em algum domínio que seja, um ex-chefe de Estado deste mesmo país escolha visitar a casa daquele que, embora desaparecido, foi reconhecido como o chefe duma organização criminosa que reivindica alegremente a responsabilidade por atos ultrajantes”, declarou o escritor num comunicado distribuido em Lagos.
Wolé Soyinka qualificou a inciativa do ex-chefe de Estado de « espetáculo deplorável, tudo menos um ato passivo que cobre o país de vergonha, uma agressão, uma bofetada na face dos aflitos e feridos, incluindo os que foram desfigurados para sempre ».
"Esta iniciativa dessacraliza a memória dos desapareciodos e transforma a cerimónia de comemoração numa paródia, uma concha vazia sem germe dum sentimento de compaixão autêntica", indicou no seu comunicado.
-0- PANA SEG/FJG/SSB/MAR/IZ 18set2011